Ritos latino e bizantino unidos na peregrinação dos migrantes a Fátima

Ao final da manhã do dia 13 de Agosto, terminou em Fátima, a Peregrinação Internacional do Migrante e do Refugiado. Participaram na Eucaristia principal deste encontro de fé, celebrada no recinto de Oração do Santuário, 120 mil peregrinos. Presidiu à peregrinação D. Dionisio Lachovicz, responsável da Igreja Greco-Católica pelas Comunidades Ucranianas no Exterior, que esteve em Fátima na qualidade de delegado do Cardeal Lubomyr Husar, patriarca da Igreja Greco-Católica da Ucrânia, impedido de presidir à peregrinação por motivo de doença. A Eucaristia internacional foi celebrada em rito latino e em rito oriental, o que aconteceu pela primeira vez no Santuário de Fátima. A parte referente ao rito oriental/bizantino – realizada nesta Eucaristia desde o momento da consagração até ao da comunhão – caracteriza-se pela oração em forma de cântico, que nesta Missa esteve a cargo de um grupo de cem jovens da Diocese de Kiev/Ucrânia. Participaram na Eucaristia quase 80 grupos de peregrinos, vindos de vários países do mundo, três dos quais com carácter internacional. Inscreveram-se no Serviço de Peregrinos do Santuário 4 grupos de peregrinos da Alemanha, 1 do Botswana, 2 da Costa do Marfim, 1 da Eslováquia, 11 de Espanha, 1 dos Estados Unidos da América, 1 das Filipinas, 4 de França, 1 da Holanda, 4 da Irlanda, 20 de Itália, 1 de Ilha Maurícia, 1 do Peru, 4 de Polónia, 8 de Portugal, 2 do Reino Unido, 6 da Ucrânia e 3 do Vietname. Durante a homilia, D. Dionisio Lachovicz abordou as causas da migração e também alguns problemas que enfrentam as comunidades de imigrantes, em especial as originárias dos países do Leste Europeu, ainda a recuperar das sequelas deixadas pelo sistema soviético. “Ao caírem os muros e rasgarem-se as cortinas de ferro, o mundo inteiro percebeu o mal que o sistema soviético ateu conseguiu fazer nas pessoas e na sociedade, além da falência total do seu sistema económico. Nessas regiões apareceram então outras cabeças da serpente do mal… A falência do sistema soviético gerou novas estruturas da morte. (…) Como resolver os grandes problemas duma imigração que é sequela de um sistema injusto e criminoso? Como recuperar o sentido da vida, da família, da castidade, da pureza num contexto saturado de dor, separação e fortíssimas tentações de infidelidade? É possível ser honesto num mundo de mentiras e exploração? É possível ainda viver a cultura da vida dentro do contexto da cultura da morte? Do ponto de vista humano parece impossível, apesar de tanto esforço dispensado pelos Governos e pela Sociedade, pela Igreja e suas organizações de caridade. Todavia, sim, é possível! È preciso olhar para o alto! Para o alto, na direcção do sol e acharemos a solução. Acredito que o milagre da “dança do Sol” poderá repetir-se, apesar das tempestades morais do contexto actual. Nossa Senhora pede-nos conversão! É preciso converter-se da dimensão horizontal, das mazelas humanas, erguer os olhos rumo ao alto, recuperar diálogo singelo com Deus, a simplicidade da oração do rosário, e lá se descobrirá a fonte da justiça, fidelidade e vida” disse. “Em Fátima, hoje acontece o milagre! Chegámos peregrinos de várias latitudes – portugueses emigrantes dispersos pelos Mundo, trabalhadores imigrantes em Portugal procedentes de várias nações, refugiados á procura de paz e liberdade – aqui todos irmanados na fé em Cristo, com o coração ao Alto, em direcção do Sol, donde veio Nossa Senhora, cheia de luz. Aqui podeis reencontrar a vossa fé, a luz para a vossa vida de migrantes, a solução dos vossos problemas pessoais e familiares e o conforto da Igreja que vos ama com uma mãe”, disse ainda D. Dionísio.

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Agência ECCLESIA

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