No dia da memória litúrgica do Beato Bartolomeu dos Mártires, ontem celebrado junto ao seu túmulo na Igreja de Santa Cruz, no convento fundado pelo próprio em Viana do Castelo, o Bispo Diocesano exortou os fiéis, por diversas vezes, a rezarem para que apareça um milagre que permita colocar “o Santinho” da ribeira na galeria dos Santos. Durante a celebração eucarística, no final da qual foi colocada à veneração dos fiéis uma relíquia, a sandália do Arcebispo Santo, D. José Pedreira enfatizou dois dos aspecto da vida do Beato centrados na dedicação à acção de formação do clero e do povo do seu tempo, assim como o seu «zelo incansável» no exercício da caridade. D. Frei Bartolomeu dos Mártires, homem estudioso e conhecedor das coisas de Deus, empenhou-se no ensino da mesma e «tudo fez para transmitir as verdades da fé a todo o povo de Deus», numa acção inédita ao tempo em que exerceu a missão de Arcebispo da grande Arquidiocese de Braga. A virtude mais «sublime» do Beato e que sustentou toda a sua acção, destacou D. José Pedreira foi a «santidade», dom de Deus oferecido a todos os homens. Este caminho empreendido pelo Arcebispo tornou-se numa autêntica «cruzada» em prol da formação cultural, teológica e moral do clero, assim como de todo o povo, estando a preocupação bem espelhada no catecismo que preparou. A par desta acção, os mais pobres mereceram atenção particular deste homem de Deus que pobre viveu sempre. São notórias as suas acções, por exemplo, de dar dote à jovens órfãos para que pudessem casar e foi recordado ainda o episódio da ribeira, quando já emérito vivia os seus últimos dias, que da janela da sua cela do Convento de S. Domingos, hoje transformada em capela, atirou colchão e cama para que uma pobre pudesse casar. Beato Bartolomeu dos Mártires «brilha como caminho luminoso a imitar» e constitui, frisou o Bispo Diocesano, «apelo a servir a Igreja de Cristo que está em Viana do Castelo». «Ele foi assim e eu, o que é que o Senhor me pede?», questionou o Prelado exortando os presentes, mesmo os elementos da Polícia de Segurança Pública que a comemorara 132 anos se uniram à celebração, a responderem com generosidade. «Cada um, na sua comunidade, tem um cargo e um lugar a ocupar», explicou o Bispo advertindo que se o próprio não o assumir, mais ninguém o poderá fazer por ele. D. José Pedreira terminou a homilia a pedir ao Senhor, por intermédio do Beato Bartolomeu dos Mártires que «envie trabalhadores para a Sua messe» e que «nos alcance a fidelidade à fé e ardente zelo apostólico». Paulo Gomes