“Rezem por nós”

Atentado em Igreja em Damasco faz regressar o medo aos Cristãos da Síria

Um atentado terrorista na Igreja de Santo Elias, em Damasco, a capital da Síria, que fez, no Domingo, 22 de Junho, mais de 80 vítimas, entre mortos e feridos. O Papa fala em “tragédia” e o Bispo maronita de Alepo pede orações aos benfeitores da Fundação AIS e diz que a população “não está tranquila”. Por sua vez, a Irmã Maria Lúcia Ferreira, mais conhecida como Irmã Myri, e que vive num mosteiro na vila de Qara, volta a pedir também as orações dos Portugueses.

O Santo Padre classificou como “tragédia” o atentado terrorista que atingiu no Domingo, dia 22 de Junho, uma Igreja em Damasco, a capital da Síria, provocando mais de 80 vítimas, entre mortos e feridos. Em mensagem do secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, e publicada poucas horas depois do ataque, refere-se que “o Papa Leão XIV ficou profundamente entristecido” ao saber da perda de vidas e da destruição causadas na Igreja Ortodoxa Grega de Santo Elias, em Damasco, e expressou a sua “sincera solidariedade a todos os afectados por esta tragédia”, refere o texto divulgado pelo Vaticano. “Ao encomendar as almas dos falecidos à misericórdia amorosa do nosso Pai Celestial, sua santidade também reza por aqueles que choram a sua perda, pela recuperação dos feridos e invoca os dons do Todo-Poderoso de consolação, cura e paz sobre a nação”, acrescenta o texto.

População “não está tranquila”

No atentado terrorista, um homem entrou aos tiros durante a celebração litúrgica na tarde de Domingo, dia 22 de Junho, na igreja de Santo Elias, na capital da Síria, e depois fez-se explodir, causando pelo menos 25 mortos e mais de 60 feridos. O ataque foi também condenado “categoricamente” pelos patriarcas e chefes das Igrejas cristãs em Jerusalém. “Exortamos o Governo provisório da Síria a não só capturar os agressores que fugiram e levá-los à justiça, mas também a tomar medidas abrangentes para proteger a vida e a liberdade religiosa de todos os Cristãos e outros grupos religiosos”, indicam os responsáveis, em comunicado conjunto. Entretanto, e logo na segunda-feira após o atentado, o Bispo maronita de Alepo enviou uma mensagem para a Fundação AIS Internacional em que agradece toda a solidariedade da Ajuda à Igreja que Sofre. D. Joseph Tobji pede também as orações de todos os benfeitores da fundação pontifícia pela Síria que vive um momento difícil. “A situação não está estável”, e a população “não está tranquila”, diz o prelado. “Então, [por isso], as vossas orações são sempre muito importantes”, acrescenta na curta mensagem.

“Rezai por nós”, pede Irmã Myri

Também a Irmã Maria Lúcia Ferreira – mais conhecida como Irmã Myri – e que é a única religiosa portuguesa a viver na Síria, enviou uma mensagem para a Fundação AIS em Lisboa a dar conta do ambiente que se vive no país, em que as cerimónias fúnebres das vítimas do atentado terrorista transformaram-se também numa afirmação de fé e de coragem da comunidade cristã. “O dia a dia é o medo ou a fé”, diz a irmã, que pertence à congregação das Monjas de Unidade de Antioquia. “Morrer, todos morreremos, de uma maneira ou de outra. É pior ficar cá a sofrer. Mas é preciso ter cuidado. É preciso ter cuidado…”, repete na mensagem, concluindo com mais um pedido de oração aos Portugueses: “Rezai por nós!”. O atentado terrorista, que as autoridades sírias asseguraram ter sido da responsabilidade de um extremista do Estado Islâmico, mereceu também, e de imediato, a expressão inequívoca da solidariedade da Fundação AIS. “Estamos profundamente chocados com este acto de violência, trágico e sem sentido”, disse Regina Lynch, presidente executiva internacional da AIS, num comunicado emitido desde a sede da instituição na Alemanha. “Os nossos corações estão com as vítimas, as suas famílias e toda a comunidade cristã na Síria. Estamos em total solidariedade com os nossos irmãos e irmãs na fé e repetimos o apelo urgente de Sua Beatitude, o Patriarca João X, para se proteger os locais de culto e pôr fim a qualquer ciclo de violência” afirmou Regina Lynch.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

(Os artigos de opinião publicados na secção ‘Opinião’ e ‘Rubricas’ do portal da Agência Ecclesia são da responsabilidade de quem os assina e vinculam apenas os seus autores.)

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