«Chegar ao sacerdócio é um percurso laborioso, fruto de um grande investimento pastoral», vinca D. Manuel Pelino, bispo de Santarém
Santarém, 18 abr 2013 (Ecclesia) – O bispo de Santarém, D. Manuel Pelino, nota que as comunidades cristãs precisam de padres “e reclamam quando estes faltam”, embora “nem sempre” tratem “com verdadeiro zelo de rezar e chamar para que haja pastores suficientes”.
“Todos sentimos que, nalgumas zonas, são verdadeiramente necessários mais alguns padres a exercer o ministério para que o trabalho pastoral não sobrecarregue tanto os que estão no ativo”, refere a mensagem enviada à Agência ECCLESIA sobre o 50.º Dia Mundial de Orações pelas Vocações, que a Igreja Católica assinala este domingo.
Depois de lembrar que não há ordenações de sacerdotes no futuro se a cada ano não entrarem novos candidatos nos seminários, o prelado lança um conjunto de perguntas sobre os católicos encarregados da Pastoral das Vocações.
“Quem chama os possíveis candidatos? Quem os faz refletir, rezar e escutar a voz de Deus neste ambiente ruidoso e disperso? Quem os acompanha e apoia no discernimento e na decisão de entrar no Seminário? Serão os animadores diocesanos ou os que vivem no terreno em contacto com os possíveis vocacionados?”, questiona.
D. Manuel Pelino frisa que as vocações “surgem nas comunidades” cristãs, onde “têm maior responsabilidade e influência os padres, os pais e familiares, os educadores da fé, os religiosos, os seminaristas, os diáconos e todos os fiéis com verdadeiro empenho apostólico”.
“A rede da pastoral vocacional, para ser eficaz, precisa de envolver a comunidade cristã na sua globalidade: a diocese e seus secretariados, as vigararias, as paróquias, os Movimentos eclesiais, os serviços pastorais (crismandos, alunos de EMRC [Educação Moral e Religiosa Católica, escuteiros, etc.)”, salienta.
O texto recorda a recomendação episcopal de constituir “Grupos de animação vocacional” nas paróquias e entre elas: “Precisamos também de uma equipa vicarial que promova e apoie os grupos paroquiais e organize com eles vigílias vocacionais”.
O prelado acentua que “chegar ao sacerdócio é um percurso laborioso, fruto de um grande investimento pastoral” e especialmente “da graça de Deus”.
A Igreja Católica em Portugal está a assinalar a Semana de Oração pelas Vocações, que pretende “sensibilizar os fiéis, principalmente os mais responsáveis das comunidades cristãs” a dar “voz ao chamamento de Cristo”, refere D. Manuel Pelino.
A Semana adota o mote do Dia Mundial de Orações pelas Vocações, que em 2013 é dedicado ao tema ‘As vocações, sinal da esperança fundada na fé’, escolhido pelo Papa emérito Bento XVI.
O termo ‘vocação’, que designa um chamamento, destino ou inclinação para determinado estado ou atividade, aplica-se na Igreja Católica a todos os batizados, especialmente os que recebem os sacramentos do Matrimónio e da Ordem, bem como àqueles que se comprometem a viver segundo os denominados conselhos evangélicos, pobreza, castidade e obediência.
As mensagens e atividades ligadas ao Dia Mundial de Orações pelas Vocações salientam habitualmente o valor do sacerdócio e da vida totalmente consagrada a Deus.
RJM