A Fundação Eugénio de Almeida promove, nos próximos dias 9 e 10 de Novembro, em Évora, um Wokshop subordinado ao tema “ O Espaço Sagrado: Descodificar, Comunicar, Reutilizar”. Esta iniciativa insere-se no âmbito do projecto de Inventário Artístico da Arquidiocese de Évora, que a Fundação desenvolve desde 2002. Numa altura em que as igrejas desafectas ao culto constituem um parte cada vez mais significativa do actual património religioso do nosso país, urge uma reflexão séria sobre a sua reintegração no contexto social e religioso, cultural e turístico. Neste sentido, o programa deste workshop propõe-se abordar algumas das questões em torno da definição, interpretação e intervenção nos espaços sagrados, particularmente as igrejas. Com a constante renovação dos espaços religiosos e a construção de novas igrejas, encontramos hoje um conjunto de património arquitectónico religioso destituído de função, em estado de degradação progressiva, na maioria dos casos recheado (com parte) de uma colecção de arte sacra, reunida pela instituição que o ocupou e objectos que antes estavam destinados ao serviço da liturgia, também deixados ao abandono, impedidos de serem usufruídos e à mercê de actos de vandalismo. Assim, levantam-se algumas questões prementes como: como comunicar/fruir o espaço sagrado e os seus objectos? Que princípios adoptar numa intervenção no espaço sagrado? Que usos podem reabilitar os edifícios-igreja em estado actual de abandono? Como reutilizar culturalmente um espaço sagrado/litúrgico, originalmente destinado ao culto, sem que ele perca a sua autenticidade e dando-lhe continuidade? Para lançar pistas sobre estas questões, a Fundação Eugénio de Almeida convidou um conjunto de especialistas de onde se destacam docentes da Universidade Técnica de Lisboa e da Universidade Católica Portuguesa, como Pedro Abreu, José Manuel Fernandes, Natália Guedes e Isabel Roque, entre outros. O programa inclui, ainda, a apresentação de alguns casos práticos, de que é exemplo o Projecto de Reutilização Cultural da Igreja do Salvador, sobre o qual falará a Arq. Estela Cameirão. Fundação Eugénio de Almeida