Reunião magna dos Jesuítas chega ao fim

Concluiu-se esta tarde a 35ª Congregação Geral (CG) da Companhia de Jesus, durante a qual os Jesuítas elegeram como novo Geral o Pe. Adolfo Nicolás e definiram novos rumos para o futuro, após quase dois meses de trabalho. 225 delegados de todo o mundo procuraram redifinir a “identidade jesuíta”, na linha do que o próprio Bento XVI referiu aos participantes nesta CG, “num período de grandes mudanças sociais, económicas e políticas; de acentuados problemas éticos, culturais e ambientais, de conflitos de todos os tipos; mas também de comunicações mais intensas entre os povos, de novas possibilidades de conhecimento e de diálogo, de profundas aspirações pela paz”. Para o Papa, a Companhia de Jesus “deve continuar a formar com grande cuidado os seus membros na ciência e na virtude, sem contentar-se com a mediocridade, porque a tarefa do confronto e do diálogo com os contextos sociais e culturais muito diversos e as diferentes mentalidades do mundo de hoje é uma das mais difíceis e extenuantes”. “Os temas hoje continuamente debatidos e questionados, da salvação de todos os homens em Cristo da moral sexual, do matrimónio e da família, devem ser aprofundados e iluminados no contexto da realidade contemporânea, mas conservando aquela sintonia com o Magistério que evita provocar confusão e desconcerto no Povo de Deus”, acrescentou. Numa entrevista à equipa de comunicação da CG, o Pe. Nicolás fala da sua experiência missionária no Japão para defender a “vocação universal” do Jesuíta e a importância de “perceber que as pessoas passam por experiências que são totalmente diferentes daquelas que nós tivemos”. O novo Geral tornou-se, aos 71 anos, o 29.º sucessor de Santo Inácio de Loyola desde que Companhia foi fundada, em 1540. O Pe. Nicolás passou largos anos em missão no Japão, onde era professor de Teologia em Toquio. Desempenhava ainda funções de moderador da Conferência Jesuíta da Ásia Leste e da Oceania, desde 2004. A escolha dos Jesuítas recaiu assim sobre um missionário na Ásia, como aconteceu com Pedro Arrupe, predecessor do Pe. Kolvenbach. A Ordem fundada por Santo Inácio, uma das mais respeitadas e admiradas na Igreja Católica, conta hoje com quase 20 mil religiosos em todo o mundo, com uma presença crescente na Ásia. Para o novo Geral, é importante compreender a espiritualidade asiática, frisando que “aquilo que nos muda são os encontros”. “A minha esperança é que possa ajudar a encontrar os outros sem barreiras, sem preconceitos, para que nos conheçamos, a começar pelos Jesuítas. Assim será possível apreciar o que os outros têm para oferecer”, disse, citando o exemplo de São Francisco Xavier.

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