Lisboa, 03 dez 2011 (Ecclesia) – A nova igreja de São Francisco Xavier, projetada pelo arquiteto Troufa Real, no Restelo, Patriarcado de Lisboa, abre hoje as suas portas, após anos de trabalho, que a paróquia classifica como “via-sacra”, e também polémicas.
Em declarações ao programa ECCLESIA (RTP 2), Troufa Real diz que quis “trazer de novo São Francisco Xavier à terra de onde partiu”, rumo ao Oriente, no século XVI.
“É uma grande viagem”, sustenta o arquiteto.
A igreja, com capacidade para 500 pessoas, tem um bojo em cor-de-ferrugem (inicialmente estava previsto o uso de um tom dourado) e a projetada torre de 108 metros de altura não saiu do papel, por enquanto.
A cerimónia de dedicação e bênção da nova igreja, pelas 16h00, é presidida por D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, pouco mais de dois anos depois do início das obras de construção (17 de novembro de 2009).
[[v,d,2691,]]O pároco local, padre António Colimão, há 21 anos na comunidade, lembra o lançamento da primeira pedra da igreja pelo atual patriarca, então bispo auxiliar do Patriarcado, em 1997, e os momentos mais complicados de todo este processo.
“A comunidade tem sido maravilhosa, acompanhou-me em todos os momentos difíceis”, indica o sacerdote, sublinhando o “entusiasmo” com que decorrem os preparativos para a inauguração: “Todos querem ver a igreja”.
Troufa Real apresenta o espaço, falando numa “lâmina que separa a história portuguesa, a história indo-portuguesa, a história do movimento moderno em Portugal e que transborda para o outro lado, uma nave, que simula uma caravela”.
Coladas ao bojo da igreja, várias cornucópias simularão as ondas do mar.
No interior, contudo, não é um barco que espera as pessoas, mas uma “nuvem, que é a fé, o cosmos”.
A obra de Troufa Real baseia-se na vida do Apóstolo do Oriente, São Francisco Xavier, da Índia ao Japão, e na aventura portuguesa dos Descobrimentos, cuja memória litúrgica se celebra anualmente no dia 3 de dezembro.
O santo jesuíta nasceu no castelo de Xavier, em Navarra (Espanha) no ano de 1506, chegando a Lisboa em 1540, enviado pelo Papa Paulo III, a pedido do Rei de Portugal.
Em 1541 partiu para o Oriente, tendo anunciado a mensagem cristã na Índia e Japão durante dez anos; morreu em 1552 na ilha de Sanchoão, às portas da China.
PTE/OC
Dossier da AE sobre arquitetura religiosa