D. Aurélio Gazzera, nomeado bispo coadjutor de Bangassou, lembra que «mais de metade da população» no país tem menos de 18 anos
Lisboa, 09 abr 2024 (Ecclesia) – O padre Aurélio Gazzera (missionário Carmelita), nomeado bispo coadjutor de Bangassou, na República Centro-Africana, destaca o papel essencial da Igreja Católica, de “esperança, fé e amor a todas as pessoas”, na “agitação e caos” dos grupos rebeldes.
“A situação na República Centro-Africana ainda é muito instável e há muitas zonas em que os rebeldes continuam a fazer estragos e a ditar a lei, provocando a agitação e o caos. Existe também uma grande instabilidade económica e política e o sistema educativo é muito frágil”, explicou o missionário carmelita italiano, em mensagem enviada para a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
O padre Aurélio Gazzera, em missão na República Centro-Africana desde 1992, afirma que este “é um país abençoado” e tem uma Igreja “que procura levar esperança, fé e amor a todas as pessoas”, ao mesmo tempo que tem sido “abençoada com muitas vocações, muitos seminaristas, com Missas muito participadas”, divulga o secretariado português da AIS, na informação enviada à Agência ECCLESIA.
“As dificuldades não diminuem o entusiasmo das pessoas para ouvir Jesus e aprender com Ele. Mas há ainda muito trabalho a fazer”, realçou o sacerdote, que tem o blogue ‘after Bozoum, news from Bangassou’, renomeado devido à nova missão.
O Papa Francisco nomeou o padre Aurélio Gazzera como bispo coadjutor de Bangassou (com direito de sucessão), no dia 23 de fevereiro, sucederá a D. Juan José Aguirre,nas suas palavras “um grande bispo, muito corajoso, competente e empreendedor”, missionário Comboniano espanhol (Córdoba); faltam dois meses para a sua ordenação episcopal, agendada para o dia 9 de junho.
A Fundação AIS destaca que D. Aurélio Gazzera vai para uma “diocese enorme, geograficamente, mas também com inúmeros problemas e dificuldades”, Bangassou tem 135 mil quilómetros quadrados, é maior do que Portugal, e como o restante país, também tem sido palco de confrontos entre grupos armados, os Seleka e os Anti-Balaka, especialmente desde 2013, quando o então presidente da República Centro-Africana François Bozizé foi afastado do poder.
O missionário carmelita agradece toda a ajuda que a fundação pontifícia tem dado e pede orações pelo sucesso do trabalho da Igreja nesta região de África, salientando que a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre “apoia e acompanha a Igreja na República Centro-Africana há muitos anos”.
“As necessidades são imensas e a presença desta Obra pontifícia é preciosa porque nos encoraja a continuar o nosso trabalho através da oração, mas também através das obras: o trabalho com os catequistas, os seminaristas, as escolas e tudo o que a Igreja faz neste país com a imaginação do amor”, desenvolveu D. Aurélio Gazzera.
“Peço-vos a todos que rezem muito pela República Centro-Africana, pela Igreja, pelos jovens que são muito numerosos, mais de metade da população tem menos de 18 anos. Por favor, continuem a rezar e a apoiar-nos”, pediu o missionário carmelita italiano, referindo que também reza por “todos”, dos que o ouvem aos “benfeitores” da Fundação AIS.
CB/OC