República Centro-Africana: Arcebispo de Bangui teme genocídio no país

D. Dieudonnè Nzapalainga relata a situação em entrevista a fundação católica

Bangui, 13 fev 2014 (Ecclesia) – O arcebispo de Bangui, D. Dieudonnè Nzapalainga, manifestou a sua preocupação pela onda de violência que se vive na República Centro-Africana, temendo que possa vir a ocorrer “um verdadeiro genocídio”.

Em declarações à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o arcebispo relata que visitou algumas localidades no seu país onde viu “coisas que fazem pensar num genocídio”, nomeadamente na localidade de Bodango, a 192 quilómetros da capital, em que toda a população muçulmana desapareceu.

Tal como em Bodango, também na pequena cidade de Bouar, onde os rebeldes Séléka atacaram a população cristã, o arcebispo encontrou “uma parte do bairro que estava totalmente queimada”, deparando-se com “corpos queimados, ossos e cabeças humanas”.

“Dada a generalização dos atos de extrema violência, é necessário com muita urgência o envio de forças militares para a proteção das populações”, disse o arcebispo de Bangui informando de seguida que já pediu às Nações Unidas o envio de uma força de paz para o seu país, “pois os militares no terreno, que incluem unidades francesas e da União Africana, têm-se revelado insuficientes”.

“Com 4 mil ou 5 mil soldados é impossível restaurar a paz, mesmo na capital, Bangui, revelou-se não ser possível”, disse o sacerdote que receia que se caminhe rapidamente para uma situação de “caos, de anarquia e desordem total”.

No meio do caos resta “quase apenas o trabalho da Igreja e dos missionários em particular”, que servem de “pontos de referência” e de “bastiões protetores” para as populações, relatou D. Dieudonnè Nzapalainga em declarações à AIS.

AIS/MD

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