Denúncia de D. Juan José Aguirre
Lisboa, 10 ago 2017 (Ecclesia) – O bispo de Bangassou, na República Centro-Africana, denunciou a morte de 50 pessoas numa missão católica em Gambo, a 75 quilómetros da sede da diocese.
“Degolaram vários homens e crianças. Está tudo muito tenso", declarou D. Juan José Aguirre, citado pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.
A informação é divulgada depois de, esta quarta-feira, o Papa Francisco ter alertado para a “violência homicida” contra os cristãos na República Centro-Africana, falando durante a audiência pública semanal, no Vaticano.
D. Juan José Aguirre, missionário comboniano, aponta o dedo ao confronto entre as milícias anti-balaka, cristãs, e os seleka, muçulmanos, agravado pela intervenção de soldados egípcios das forças coordenadas pela ONU (Missão das Nações Unidas para a Manutenção da Paz na República Centro-Africana).
“Os soldados egípcios da MINUSCA expulsaram os anti-balaka, o que favoreceu o regresso dos seleka que aproveitaram para vingar-se degolando algumas dezenas de pessoas", relata.
O bispo considera a situação “muito grave”, alertando que a mesma “terá muito eco em Bangassou", onde “metade da população” já foi obrigada a fugir.
Em declarações à AIS, o prelado explicou que está acompanhado por três padres e que algumas casas religiosas foram saqueadas.
Em maio, o bispo de Bangassou foi resgatado aos guerrilheiros pelos comandos portugueses que estão ao serviço das Nações Unidas na República Centro-Africana.
Segundo os Combonianos, D. Juan José Aguirre protege “milhares de muçulmanos” perseguidos pelas milícias locais na região situada a cerca de 700 quilómetros da capital Bangui.
OC