O cardeal Paul Cordes chegou hoje a Taiwan, em representação do Papa Bento XVI, para visitar as áreas devastadas pelo tufão Morakot e prestar apoio às vítimas.
De acordo com um porta-voz local do Vaticano, o prelado deslocar-se-á a Kaohsiung, a segunda maior cidade da ilha e uma das áreas mais devastadas pela tempestade, para apresentar as condolências e expressar o apoio do Papa às vítimas. O representante de Bento XVI aproveitará a viagem para proferir uma conferência em Taipé, capital de Taiwan (antiga Ilha Formosa).
O início da visita ocorre na mesma data em que o Dalai Lama deixa o território, após uma estadia de cinco dias. A China discordou da presença do líder espiritual tibetano porque considera que ele tem motivações políticas separatistas.
Tensão entre o Vaticano e a China
O Governo chinês e o Vaticano cortaram relações diplomáticas em 1951, dois anos após a subida dos comunistas ao poder.
A Igreja Católica da China obedece às ordens do Estado e nomeia os seus dirigentes religiosos, ao contrário do resto do mundo católico, que está sob a tutela do Vaticano.
A Santa Sé, que mudou a sede de Beijing para Taipé quando saiu da China comunista, é um dos 25 Estados que mantém relações diplomáticas com Taiwan, e um dos principais denunciadores das detenções de membros da Igreja Católica clandestina chinesa.
Taiwan – onde se refugiou o antigo Governo chinês depois da tomada do poder pelo Partido Comunista, em 1949 – é vista por Beijing como uma província da China, e não uma entidade política soberana.
O Governo chinês defende a “reunificação pacífica”, segundo a fórmula adoptada para Hong Kong e Macau (“um país, dois sistemas”), mas ameaça “usar a força” se a ilha declarar a independência.
Com Lusa