Renascença: rádio católica de fronteira

Presidente do Conselho de Gerência olha os canais da Rádio Renascença e aponta projectos do Grupo Agência Ecclesia – Com que atitude assumiu a liderança do Grupo Renascença? Cón. João Aguiar Campos – Primeiro com surpresa. Não fazia parte do meu projecto de vida abandonar a Arquidiocese de Braga nem o Diário do Minho, onde entrei há 8 anos (depois de uma passagem pela RR). Surpresa porque me obrigava a deixar o jornal e surpresa porque, fundamentalmente, não me via a presidir a um Conselho de Gerência num Grupo com a responsabilidade que este comporta. Ainda uma outra surpresa, essa pessoal em razão da idade: costumo dizer para a vim para Lisboa em contra-ciclo. Estou às portas dos 56 anos e, nessa altura, quem está nas cidades e é da aldeia, normalmente procura ao berço e eu dei comigo a pensar: “é agora que sais de mais perto do berço e vais para Lisboa, readaptando-te à vida da cidade…” Depois, pensei que em Igreja temos realmente de responder às surpresas dos desafios que se nos deparam… Depois de algumas reticências… disse sim. AE – Foi um sim missionário? JAC – De certeza que foi um sim missionário. Faço algum sacrifício pessoal, mas sobretudo atendendo à minha vida familiar: tenho os pais idosos, o meu pai já ultrapassou os 90 anos de idade, graças a Deus, a minha mãe para lá caminha, as saúdes, nesta idade, não são as melhores, e os pais têm sempre (principalmente quando não há filhas na famílias, mas 6 rapazes) a expectativa que, se têm um padre, ele porventura seja o mais disponível para acorrer às dificuldades de cada dia. E esse entrave afectivo demorou algum tempo a resolver e necessitou de alguma diplomacia familiar. AE – Que valor acrescentado tem um Conselho de Gerência que é presidido por um Padre? JAC – Num Conselho de Gerência de um Grupo Católico, será um factor de conforto para os outros elementos do Conselho de Gerência. Quando se trata de reflectir sobre a identidade do Grupo, quando se trata de tomar algumas decisões de fronteira, penso que para os colegas do Conselho de Gerência é mais confortável que esteja o Padre (não que não sejam pessoas extraordinariamente bem formadas a todos os níveis, técnico e dos valores, mas admito que para eles seja mais confortável). Para mim é sobretudo confortável saber que neste Conselho de Gerência há pessoas com juventude e com experiência. Juventude em termos de idade e da própria novidade (foram assessores aqui durante alguns anos e agora têm a experiência de gerentes). Ao lado desta juventude, a experiência, concretamente o elemento mais experiente, o Dr. Luís Torgal Ferreira, que já vem dos tempos quentes da Renascença e que por isso, neste momento, significa, uma trave de continuidade, sendo que para mim todos eles são importantes e imprescindíveis. AE – A identidade católica desta casa é claramente assumida e difundida? JAC – É uma identidade assumida, mas é uma identidade que também evolui (a ver se sou capaz de dizer isto com toda a tranquilidade): há gente que quando se fala de emissora católica confunde imediatamente com uma rádio piedosa (também há rádios piedosas que se dedicam à transmissão de actos de culto e cujo objectivo fundamental é alimentar a devoção); depois há rádios católicas que se situam no chamado grupo identitário, herdeiras da cultura cristã e é aí que intervêm. A Renascença é hoje uma rádio católica de fronteira: coloca-se na fronteira entre a Igreja e o Mundo, atenta e fazendo (de acordo com os critérios do Evangelho) a leitura da mudança que nestes dois mundos acontece. Há mudanças na Igreja (nalguns sectores até poderíamos dizer que alguma ebulição) e há mudanças no mundo. Ler as mudanças dentro e fora, e lê-las com olhos cristãos é aquilo que faz a identidade católica de fronteira. Católica no objectivo da sua comunicação – uma comunicação que desagúe na comunhão; católica na sua opinião – veicula a Doutrina Social da Igreja e os valores do Evangelho; católica na maneira como informa – ajudando a compreender e a entender os acontecimentos colocando-os no contexto que lhes dê significado; católica na linguagem – fazendo com que esta rádio seja, com os crentes e os não crentes, peregrina da verdade a que todos aspiramos. AE – Quer chegar a ouvintes de todos os contextos, sociais, políticos ou religiosos? JAC – É nossa obrigação. Uma rádio católica, em termos políticos, não tem partido. Uma rádio católica que queira servir o Evangelho, tem de saber que há ovelhas que não são deste rebanho. Uma rádio católica tem que saber que não é com a linguagem de dentro dos templos que se chega aos homens que não vão aos templos. Todo este bom senso, toda esta abertura e toda esta fidelidade há-de trespassar todo o conteúdo e o modo de estar e o modo de ser. Uma rádio católica vive permanentemente um desafio de qualidade e um desafio editorial, mais do que qualquer outro. AE – Terá vencido esse desafio, pelos indicadores de audiência? JAC – Até ao momento conseguido com sucesso. Primeiro houve a liderança daquele que é hoje o canal Renascença e hoje continuamos a ser líderes como Grupo e temos a liderança do canal RFM. Isso significa que, de facto, há uma apetência grande pelo nosso produto. Mas também – e ainda o disse num dos encontros com alguns responsáveis por um dos canais do Grupo: às vezes não é difícil chegar aos cume do monte, difícil é aguentar os equilíbrios, as temperaturas daí decorrentes; o difícil é continuar, diariamente, a ter imaginação e estar atento às evoluções e às apetências distintas; o difícil é continuar a ter audiências sem trair a identidade. Portanto, tudo o que até agora conseguimos não nos pode deixar dormir, nem do ponto de vista tecnológico nem do ponto de vista dos desafios editoriais. Temos que estar permanentemente atentos àquilo que à nossa volta se passa para sabermos como permanentemente – e voltamos ao católico – numa atitude profética, vamos anunciando, vamos denunciando e vamos acompanhando as fomes, todas as fomes do nosso tempo. AE – A estratégia que traz para a Renascença é para essa permanência no cume? A chegada de uma pessoa de novo tem riscos para essa liderança de audiências? JAC – Este Conselho de Gerência não vai alterar o que é o fundamental no modo de estar e o modo de ser dos nossos canais. E as direcções desses canais, com os objectivos que cada canal tem claramente definidos, são objectivos e são direcções que se mantêm. Na minha perspectiva, não é o simples facto de vir um Presidente novo para o Conselho de Gerência que, por si mesmo, ou vai fazer subir ou descer audiências. Há as naturais flutuações do mercado, que sentiremos na próxima leitura depois do Verão, as normais que todos os meios de comunicação social sentem em períodos de férias. Saberemos ler em cada momento os sinais da evolução do público. O público não é estático, é dinâmico. Os seus hábitos e as suas buscas em cada momento se alteram de acordo com a oferta que é feita. O que nós pretendemos é garantir uma qualidade que nos permita estar, continuar, na liderança. É esta qualidade que nós pretendemos assegurar, estando atentos e actualizados tecnologicamente, estando atentos ao marketing, à projecção da nossa imagem no exterior, com os meios de que dispomos, e estando atentos à formação que nos permita manter, cada um de nós, continuamente, na crista da onda, sem dramas, sem traumas, sabendo que hoje há coisas que nos podem correr bem, amanhã coisas que nos podem correr pior. Mas sabendo que somos capazes e temos qualidade, temos qualidade humana para o conseguir. E esta mensagem de optimismo tenho que a passar diariamente, se bem que as pessoas – tanto quando me apercebi – se sentem extraordinariamente motivadas, o que é meio caminho andado. AE – Portanto, há uma equipa estável para continuar? JAC – Há uma equipa estável para continuar. Não há substituição nem de Director de Informação, a nossa informação é uma informação credível. Não há substituição de Directores de Canal, houve necessariamente uma substituição recente porque o Director do Canal Renascença seguiu outros caminhos, mas temos um jovem com extraordinárias ideias neste nosso canal, aparentemente o mais idoso. E temos uma equipa na RFM que tem dado provas, que conquistou a liderança e se tem manifestado segura na liderança. E depois temos o nosso canal mais jovem, a MEGA, que em Lisboa, Porto e Coimbra vai trabalhando para que também não falte no Grupo o sangue novo e irreverente daqueles que muitas vezes dizemos que são o futuro da Igreja e do mundo, e por isso também o nosso futuro. Temos ainda no Grupo aquilo que é uma mais valia: a Intervoz. A Intervoz era a concessionária exclusiva da publicidade na Rádio Renascença, mas uma empresa diferente. Hoje é uma empresa do Grupo, na sua totalidade. Isso também tem, de alguma forma, as suas vantagens. AE – A MEGA FM é um Canal para expandir? JAC – Há, com certeza, observação. Não penas na forma como poderemos cobrir melhor as zonas que já cobrimos, mas de eventualmente nos expandirmos. Essa expansão pode admitir diversos formatos. É um assunto que está a ser avaliado e que, por isso mesmo, adiantar. Mas é um assunto que está na ordem do dia. AE – Disse, quando tomou posse, querer “dar voz aos que não compram”. Quem são esses que não compram e como lhes dar voz numa rádio que precisa de quem compre? JAC – A rádio precisa de quem compre. Mas pode haver grupos ou classes que, em determinados momentos, a outra rádio e mesmo a nossa, tivesse a tentação de dizer: vamos eliminá-los, o nosso público-alvo é outro porque as agências dizem-nos isto, a publicidade diz-nos aqueloutro. Com certeza que nós precisamos de vender para sobreviver, para viver. Mas também com certeza – eu defendo-o e vou usar uma frase que já disse noutro contexto – “não podemos aplicar a eutanásia radiofónica a nenhum grupo”. Os idosos, os simples, os marginalizados, os que não têm poder de compra nem por isso podem deixar de ser públicos nossos. Se queremos efectivamente ser cristãos. Cá voltamos ao texto evangélico, que eu também mencionei, quando deres um banquete não chames os que te podem retribuir, chama os outros. AE – Isso quer dizer que os regionais não estão em causa? JAC – Quer dizer que os regionais não estão em causa, precisando de uma reflexão muito séria sobre os regionais. Uma reflexão que terá de ser feita numa perspectiva de evangelização, perguntando concretamente aos senhores Bispos das Dioceses que têm regionais e de uma forma clara: como é que os vêm, como os desejam, que compromisso eclesial há nesta nossa luta da sua manutenção e vendo também até que ponto eles se integram e são ou não uma mais valia na estratégia de comunicação da própria Rádio Renascença. Os regionais não poderão ser um luxo local, nem uma condescendência central. Eu que sou um homem que veio dos regionais, com a responsabilidade acrescida nessa matéria a todos os níveis: a responsabilidade de ser honesto na abordagem do problema e também a responsabilidade de ser honesto na maneira como possa dizer aos demais membros do Conselho de Gerência “a minha experiência aconselha a aperfeiçoar e não a matar”. AE – Que novidades, que ritmo próprio irá imprimir a esta casa? JAC – Será necessariamente um ritmo pessoal. Eu tenho a minha própria capacidade de trabalho, não estou descontente com a minha própria capacidade de trabalho, mas tenho a minha sensibilidade. É uma sensibilidade que partilha, que escuta e que procura o consenso, a melhor opinião. Devo dizer que não haverá – pelo que vi até ao momento, embora esteja numa fase de “lua-de-mel”, de estudo – motivos para alterações de fundo. Mas, já tive ocasião de o dizer, não me sinto prisioneiro nem de modelos nem de esquemas. À medida que se forem impondo algumas mudanças… de estilo haverá, há mudanças de personalidade, do próprio relacionamento com as pessoas. Eu hoje tive oportunidade de dizer por uma das salas por onde passei: “eu sou um de vós, mais do que estar convosco”. E é isso que eu quero ser em cada momento: ser um elemento do Conselho de Gerência, não simplesmente estar com alguns elementos Conselho de Gerência. Queria insistir pessoalmente nesta casa em duas vertentes que julgo fundamentais: as pessoas. A pessoa como centro da nossa comunicação e do nosso trabalho, mas também a pessoa como a valorização – sem desprezar a técnica, sem desprezar os meios para. As pessoas são fundamentais na sua formação, humana e profissional, na sua formação em termos de valores de maneira que, depois de bem formados, possamos realmente apresentar a quem temos que chegar o tal produto de qualidade, ou então como prefiro dizer: um serviço de qualidade. Gosto muito de falar da Rádio Renascença, socorrendo-me inclusive de uma conferência interessante que ouvi do Sr. D. José Policarpo num encontro de Rádios Cristãs da Europa onde ele diz que uma rádio cristã é uma rádio de serviço e não uma rádio de poder. AE – A Rádio Renascença oferece um produto radiofónico, apesar de ser um grupo, mas sem presenças significativas noutras expressões de comunicação… JAC – Expressões a que a Renascença não está proibida de abarcar e, além disso, os próprios Estatutos da Rádio Renascença, desde o primeiro momento, prevêem a presença na própria imprensa. Não sei… alguma expansão deverá dar-se… A Renascença, na minha perspectiva, terá que ter um produto forte e perfeito na internet. Deve aí ter alguma evolução. A Rádio Renascença, porque não – numa altura em que se fala de outro meio de expressão, de um semanário ou de uma revista que dê mais força reflexiva à comunidade portuguesa – pode estar num projecto desses. Não é um projecto da Renascença, mas é um projecto em que ela pode e deve entrar. E poderá inclusive – resolvidos traumas do passado e não repetindo porventura a mesma estratégia e os mesmos formatos – estar presente também na televisão. Eu costumo usar muitas vezes o exemplo do que se passa na nossa vizinha Espanha, com a Televisão Popular que tendo o seu programa nacional depois tem aquela grande capacidade de desdobramento. Mas esta é, naturalmente, uma disponibilidade que eu pessoalmente afirmo, que depois poderá ser confirmado ou não pelo Conselho de Gerência. Mas o passo fundamental caberá à Conferência Episcopal Portuguesa: de uma vez por todas – perdoem-me os Senhores Bispos a maneira como o digo – deixarmos de manifestar desejos e sentarmo-nos, ou sentarem-se, para programarem concretização. Sabe tão bem como eu que nas Jornadas da Comissão Episcopal das Comunicação Sociais, periodicamente, esses temas vêm ao de cima e se vai conversando… conversar muito sem resolver nada acaba por, nalguma altura, desanimar. Penso que chegou o momento de conversar para decidir, com cabeça, tronco e membros, alguma coisa. AE – Será necessário juntar forças para que essas ideias cheguem a projectos? JAC – Primeiro é necessário que a Igreja decida viver em espírito de comunicação. Eu vejo muitas dioceses que não vivem este espírito de comunicação e, por vezes, há mesmos alguns intervalos nesta dinâmica da comunicação. Se nos perguntarmos em quantas dioceses a pastoral da comunicação está inserida na pastoral de conjunto talvez tenhamos algumas surpresas. Talvez se nos perguntarmos quantas dioceses têm gabinetes de comunicação activos e páginas da internet que não estejam há dois anos em construção e que sejam páginas vivas e não qualquer coisa que está ali parada com as armas do Senhor Bispo e com a história da diocese, talvez percebamos que temos de ter aqui um espírito novo. Talvez percebamos que, nessas páginas, mais do que estar pura e simplesmente a homilia e o discurso, seja de uma tomada posse ou de uma queima das fitas, precisa de estar o resumo dessas intervenções, remetendo eventualmente para a integridade do texto… Essa reflexão, temos de fazê-la. Não podemos limitar-nos a citar o Santo Padre que dizia: a Igreja sentir-se-á culpada se não usar na evangelização estes novos púlpitos ou se não estiver interveniente neste areópago dos nossos dias. Não podemos ter apenas uma boa doutrina – e temos – da Igreja, oficial sobre a comunicação social, mas depois, no dia a dia, não estou – e digo-o com toda franqueza – tão satisfeito como gostaria de estar. Quando diz, juntar forças, leva-nos a chegar a esta lucidez: porque é que havemos de andar cada um a caçar com o seu galgo e não fazer uma batida conjunta? Porque não podem surgir semanários inter-diocesanos? Porque não pode surgir algo com outra dimensão? Imaginemos: a Ecclesia, que tem a presença na internet e o boletim semanal. Ele não poderá evoluir, tornar-se esteticamente mais atractivo e mais perfeito? E não juridicamente defensável que ele possa semanalmente ser distribuído como suplemento do Semanário da diocese “x” e “y”? Seria um extraordinário valor acrescentado nalguns semanários diocesanos e, inclusive, um dia por semana, no Jornal da minha diocese (se bem que aí não devo e não quero meter neste momento foice numa seara que está entregue a outro lavrador e muito bem entregue, segundo a minha opinião). Todas estas reflexões porque se não devem fazer, de espírito livre, tranquilo, sem ares doutorais, mas com esta simplicidade de quem faz perguntas incómodas como estas. É tempo de as fazer e também encontrar respostas para elas. AE – Breves questões para conhecermos o padre e o jornalista. Sente-se mais padre ou mais jornalista no trabalho que faz? JAC – Sinto-me um padre a quem foi pedida a missão de fazer da palavra (que é aliás de qualquer padre) o seu campo de apostolado. Sinto que, neste momento, tenho a paróquia mais difícil da Igreja em Portugal. E sinto o conforto da Communio et Progressio que diz: é preciso que saibamos que aqueles que trabalham na comunicação social desenvolvem um verdadeiro trabalho pastoral. Portanto não sinto dentro de mim o conflito: ser padre ou jornalista. Eu sou um padre a quem a Igreja pediu esta missão, tinha eu 25 anos. De lá para cá é isso que eu tenho feito. AE – Agora é também gestor? JAC – Agora sou também gestor… E aí é que é o mal dos meus pecados. Naturalmente que é como gestor que me sinto menos à-vontade. Como também já disse: o que é preciso é que tenha uma equipa lúcida, consistente e tecnicamente apetrechada. E isso eu tenho! O que me tem deixado dormir tranquilamente. Assim eu pudesse dormir com alguns ruídos da rua! AE – Fala um homem que vem do campo. Não dispensa essas raízes do seu Minho…? JAC – Não… Não é que me sinta exilado. Vivo num país que amo e numa cidade que é linda e também tem os seus recantos bucólicos… Mas realmente sou um homem muito ligado à Serra do Gerês. Eu nasci na serra. A minha terra, Campo do Gerês ou S. João do Campo, é realmente uma concha muito pequenina encravada entre a Serra do Gerês e a Serra Amarela. Tenho diante das minhas janelas uma veiga fechada pelo horizonte da serra… Por isso juntam-se em mim a nostalgia da serra e daquele verde… mas quando vou às origens vou ao posto de abastecimento, faço a recauchutagem e a revisão do meu próprio carro afectivo e volto à estrada com tranquilidade. (Entrevista emitida no Programa Ecclesia de 25 de Julho e publicada no Semanário Agência Ecclesia de 26 de Julho de 2005) Notícias relacionadas • Tomada de posse do Conselho de Gerência da RR

Partilhar:
Scroll to Top