Um sacerdote e uma religiosa foram assassinados, num espaço de poucas horas, na Arquidiocese de Bukavu, República Democrática do Congo.
O Pe. Daniel Cizimya Nakamaga, de 51 anos, foi morto na madrugada de 6 de Dezembro, na paróquia de Kabare, nesta região do Leste do Congo. Segundo um comunicado da Arquidiocese local, a que a AIS teve acesso, um grupo de assaltantes retirou as grades de uma janela e entrou na casa, assassinando o padre que tinha procurado refúgio no seu quarto.
O comunicado, assinado por Mons. Pierre Bulambo Lunanga, vigário-geral, levanta dúvidas quanto às intenções do ataque, sugerindo uma estratégia deliberada para atingir a Igreja.
No dia 7 de Dezembro, a Ir. Denise Kahambo Murahirwa foi morta por homens fardados que atacaram o mosteiro de Nossa Senhora da Luz, em Muresha, a 20 quilómetros de Bukavu.
Ao longo dos últimos meses, vários têm sido os episódios de violência a atingir homens e mulheres da Igreja nesta região, bem como jornalistas e activistas dos Direitos Humanos.
No passado mês de Outubro, a gravidade da situação obrigou o Arcebispo François Xavier Maroy Rusengo a abandonar os trabalhos do Sínodo dos Bispos, no Vaticano, revelando que “uma das paróquias de nossa arquidiocese foi incendiada, alguns sacerdotes foram agredidos, outros tomados como reféns por homens de uniforme, os quais exigem um elevado resgate que nos vimos obrigados a pagar para salvar suas vidas”.
O seu predecessor, D. Christophe Munzihirwa, foi assassinado em 1996 por causa da sua tomada de posição durante a guerra congolesa, quando gritou que nenhuma lógica política valia mais que uma pessoa humana.
Posteriormente, o Sínodo escreveu uma carta a D. Rusengo, que comoveu a assembleia com as suas lágrimas, pedindo às autoridades civis que façam “todos os possíveis para o regresso da ordem na justiça, a fim de instaurar e garantir a paz, indispensável para uma vida normal”.
A diocese de Bukavu conta com pouco mais de 1,7 milhões de habitantes, dos quais 53,2% são católicos. A sua catedral está dedicada a Nossa Senhora da Paz.
Departamento de Informação da Fundação AIS