Religiosidade Popular: Tradição Lanço da Cruz de Valença integra Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial

Informação foi publicada em Diário da República e espera-se a realização de ato público de entrega de placa de reconhecimento ao Município de Valença

Foto: Município de Valença

Valença, 07 jun 2025 (Ecclesia) – A tradição secular do Lanço da Cruz, celebrada entre Cristelo Covo (Valença) e Sobrada (Tomiño, Galiza), foi oficialmente inscrita, esta sexta-feira, no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, segundo informação publicada no Diário da República.

“Está prevista, para breve, a realização de um ato público de entrega da placa de reconhecimento ao Município de Valença”, informa um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O município de Valença explica que o “Lanço da Cruz é uma manifestação única da cultura pascal transfronteiriça, celebrada anualmente na segunda-feira de Páscoa, unindo milhares de participantes das duas margens do rio Minho, numa romaria que integra expressões de fé cristã e de antigos rituais pagãos ligados às águas”.

O anúncio em Diário da república justifica a decisão com base “na importância do património cultural imaterial enquanto prática religiosa identitária das comunidades transfronteiriças da União de Freguesias de Valença, Cristelo Covo e Arão, concelho de Valença (Portugal), e da freguesia de Sobrada, concelho de Tomiño (Galiza – Espanha)”.

São evocados também “os processos sociais e culturais nos quais teve origem esta manifestação, com fontes documentais que remontam ao século XIX, tendo permanecido e desenvolvido até aos dias de hoje”.

Segundo a informação emitida pelo Património Cultural I.P., foram tidas em conta “as dinâmicas de que são hoje objeto a manifestação e os modos em que se processa a sua transmissão interageracional, reforçando as relações transfronteiriças”.

Para o presidente da Câmara Municipal de Valença, José Manuel Carpinteira, “a classificação desta festividade como Património Cultural Imaterial de Portugal é motivo de imenso orgulho para Valença”.

Além disso, “representa uma responsabilidade acrescida na preservação e valorização deste símbolo maior” da “identidade raiana, partilhada com Tomiño, com o Minho e a Galiza, com Portugal e Espanha”, assinalou.

Segundo o Município de Valença, o “Santuário, o parque de merendas da Senhora da Cabeça e do Cais de Sobrada e o próprio rio Minho constituem os cenários centrais desta emblemática romaria galaico-minhota, que é vivida com grande fervor e participação popular”.

De acordo com o comunicado, “este reconhecimento resulta, também, de um esforço concertado de valorização e promoção do património cultural valenciano”.

“Em pouco mais de um ano, o Município de Valença viu ser inscritas duas expressões identitárias no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial — a Feira dos Santos de Cerdal e agora o Lanço da Cruz —, fruto de um trabalho persistente de documentação, articulação institucional e sensibilização junto das entidades competentes”, destaca.

LJ

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