Religiosidade Popular: Tomar em festa com os tabuleiros

Festa que se repete a cada quatro anos atrai centenas de milhares de visitantes à cidade

Tomar, Santarém, 09 jul 2011 (Ecclesia) – A cidade de Tomar está engalanada e a celebrar a centenária Festa dos Tabuleiros, cujo ponto alto decorre domingo, quando mais de 700 pares participarem no cortejo que durante três horas vai percorrer as ruas do centro histórico.

Cerca de 400 mil pessoas são esperadas para assistir à iniciativa que se realiza de quatro em quatro anos.

“Esse é o número de visitantes que a organização prevê para este dia, que espera ser de grande festa, de grande tradição”, disse à agência Lusa João Victal, mordomo da Festa dos Tabuleiros, cuja preparação começou o ano passado, depois de a população, convocada aos Paços do Concelho, ter deliberado a favor da sua realização.

As festas atraem visitantes de todo o país, com ruas e lojas ornamentadas com flores de papel, feitas à mão.

Centenas de pessoas despendem milhares de horas de trabalho durante mais de seis meses, a confecionar milhares de flores de papel com que vão ornamentar as suas ruas.

A ornamentação é da sua autoria e responsabilidade e o segredo é sempre mantido até à sexta-feira, em que se dá a abertura oficial das ruas populares.

Segundo investigadores, a origem desta festa encontra-se nas festas de colheitas à deusa romana Ceres e a sua cristianização pode dever-se à Rainha Santa Isabel, que lançou as bases do que seria a Congregação do Espírito Santo, movimento de solidariedade cristã que em muitos lugares do reino absorveu as primitivas festas pagãs.

A Festa dos Tabuleiros ou Festa do Divino Espírito Santo é uma das manifestações culturais e religiosas mais antigas de Portugal e a sua principal característica é o desfile ou procissão, com um número variável de tabuleiros, em que estão representadas as dezasseis freguesias do concelho, situado no entro do país.

O tabuleiro deve ter a altura da rapariga que o leva à cabeça, sendo constituído por trinta pães enfiados em cinco ou seis canas que partem de um cesto de vime ou verga e é rematado ao alto por uma coroa encimada pela Pomba do Espírito Santo ou pela Cruz de Cristo.

Os bodos do Espírito Santo, (instituídos pela Rainha Santa Isabel – que em Tomar, com a passagem dos anos se passaram a designar Pêza – é o último ato de cada Festa dos Tabuleiros, acontecendo no dia a seguir ao Cortejo dos Tabuleiros (segunda-feira) e seguindo a tradição, porque os frutos da terra e dos rebanhos, carne, pão e vinho, são para todos).

A festa tem uma página oficial, em www.tabuleiros.org

OC

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