Religiosas em rede contra o tráfico de pessoas Religiosas de todo o mundo estão empenhadas em criar uma rede internacional contra o tráfico de pessoas com a qual se pretende “articular as forças e redes existentes, optimizar os recursos, intercambiar os materiais, partilhar as experiências”. De 2 a 6 de Junho, teve lugar em Roma, um Congresso de Religiosas, organizado pela União Internacional de Superioras Maiores (UISG) em parceria com a Organização Internacional de Migrações (OIM). Participaram 47 Religiosas procedentes de mais de 30 países, em representação de Conferencia de Religiosos/as e de diversas Redes de luta contra o tráfico de pessoas. Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA pela Irmã Júlia Bacelar, participante portuguesa neste congresso, realça-se que de igual modo, “pretende-se também ter uma só voz a nível internacional, na denúncia e na tomada de posição contra o tráfico de pessoas”. O objectivo do congresso era reforçar as redes já existentes a nível nacional e regional e criar as bases para uma Rede Internacional. “Uma das grandes riquezas deste Congresso foi a constatação do envolvimento de tantas Congregações Religiosas, com as suas comunidades de Religiosas nos mais diversos países, estão na linha da frente no combate ao tráfico de pessoas” – sublinha o comunicado. Durante vários anos, a OIM em parceria com a UISG, tem vindo a dar cursos de formação a Religiosas em vários países, desde a Ásia a África, América latina, Austrália, Europa. Portugal participou desta formação em Outubro de 2006 e em Abril de 2008. “Com esta formação pretendia-se dar instrumentos às Irmãs que, directa ou indirectamente, trabalham no campo do tráfico de pessoas”, indicou a Irmã Júlia Bacelar. A Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) criou há um ano uma Comissão para Apoio á Vitima de Trafico de Pessoas (CAVITP), da qual fazem parte 8 Religiosas, em representação das suas respectivas Congregações. Durante o Congresso foi elaborada uma Declaração Final onde se faz um apelo à “Igreja Católica no seu todo, às Igrejas e aos Estados, para que se posicionem contra esta situação de escravatura em que estão mergulhadas tantas pessoas, principalmente mulheres e crianças”. A nível europeu, importa destacar o trabalho de assistência/protecção às vítimas do tráfico, de que a Itália é pioneira há mais de 15 anos, seguida pela Espanha.