Religiosas dão apoio social aos habitantes de Gouveia

Com o desemprego aumentaram os casos de pobreza Com o encerramento das fábricas do sector têxtil aumentaram os casos de pobreza no concelho de Gouveia e dia após dia são muitas as pessoas que procuram ajuda na Casa da Rainha do Mundo, pertença da Congregação das Irmãs de S. João Batista. “Há muita pobreza, há falta de emprego e a pobreza aumentou desde o fecho das fábricas”, disse ao Jornal A Guarda a irmã Celeste Gonçalves, Superiora Provincial. “São pessoas necessitadas que nos procuram. As pessoas vêm aqui sem vergonha. Nós temos um depósito de vestuário e de alimentos formado com dádivas de pessoas da Alemanha e de Portugal”, acrescentou. A instituição que abriu as portas em 19 de Março de 1963 é a “casa mãe” da Ordem Religiosa e tem várias filiais espalhadas pelo País e pelo Mundo. Em Gouveia estão nesta altura 17 irmãs, mas apenas 12 estão em actividade, uma vez que as restantes são doentes e já idosas. A Casa da Rainha do Mundo para além de ser a residência das irmãs de S. João Baptista, é sede da Casa Provincial, é a Casa de Formação da Ordem de origem alemã [embora neste momento o noviciado não funcione por falta de vocações], tem a vertente de orientação de retiros e forma leigos e catequistas. Para além da “casa mãe” possui em Gouveia, o Patronato – A Nossa Casa (que apoia crianças e idosos) e o Seminário. Neste momento, a instituição também acolhe e apoia 13 crianças “com problemas familiares e que estão marcadas pela vida da família”, refere Celeste Gonçalves. Ao longo do ano a instituição é procurada “por pessoas necessitadas, que querem desabafar sobre os seus problemas e encontrar a solução para determinadas situações que não conseguem resolver sozinhas”, conta a Superiora Provincial. “Outras acorrem aqui simplesmente para rezar ou para gozar esta calma e paz da casa [que fica numa encosta da Serra da Estrela sobranceira a Gouveia, num local sossegado e muito agradável], pois destina-se à recuperação das forças físicas e espirituais de quem a procura”. No ano em que é assinalado o Jubileu da entrada da Congregação das Irmãs de S. João Baptista em Portugal (1956–2006), são vários os acontecimentos que estão agendados. Nesta altura decorre uma exposição referente ao cinquentenário, entre 29 de Junho e 4 de Julho reúne o Capítulo Provincial (o que só acontece de três em três anos) para escolher a Superiora Provincial e de 4 a 10 de Outubro realiza-se o Capítulo Geral para eleger a Superiora Geral, que é alemã. No dia-a-dia as irmãs da Congregação de S. João Baptista usam um hábito cinzento, mas podem optar por um “simplificado” (saia cinzenta com blusa), utilizando um preto nas ocasiões festivas. “A opção é de cada uma. Houve a possibilidade da simplificação do hábito por uma questão de trabalho”, esclarece a irmã Celeste. O dia das irmãs da Casa da Rainha do Mundo começa pelas 7 horas com a Oração das Laudes, uma hora depois segue-se a Eucaristia. Após o pequeno-almoço as religiosas dedicam-se aos trabalhos pastorais na comunidade ou na casa. Ao meio-dia rezam a “oração intermédia”. Após o almoço dedicam-se novamente às tarefas que lhe estão atribuídas e às 16 horas participam na Oração de Vésperas. O jantar é servido pelas 18h 45m e depois assistem ao telejornal, convivem e têm formação permanente. As novas tecnologias também já fazem parte do dia-a-dia da comunidade religiosa. Os computadores servem para tarefas relacionadas com a contabilidade, para a Pastoral da Juventude e para aceder à Internet. “Comprámos um portátil e um video projector porque no âmbito das acções para o Ano Jubilar temos um filme que estamos a acabar de organizar. Muitas pessoas pediam-nos para que mostrássemos algo sobre a Congregação e vimo-nos impulsionadas a adoptar as novas tecnologias”, contou a irmã Celeste. Quanto à Internet, apesar da congregação não ter site “temos a Internet sempre activa e estamos informados”, esclarece a Superiora Provincial.

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