Religiosas contra a violência doméstica

O Lar de Santa Helena, das Irmãs Adoradoras, em Évora, e outras cinco instituições estão envolvidas num grupo de discussão sobre a violência doméstica, coordenado pela equipa de investigadores de Boaventura Sousa Santos, da Universidade de Coimbra.

Desde 1995, as Irmãs Adoradoras -através da sua IPSS “Lar de Santa Helena” – têm desenvolvido um trabalho reconhecido no apoio às vítimas de violência doméstica, tendo acolhido centenas de mulheres na Casa de Abrigo, pioneira a nível nacional.

Por outro lado, tem acompanhado de diversos modos as mulheres na sua integração sócio-laboral, onde as mulheres se deparam com enormes dificuldades, devido, em grande parte, à sua vulnerabilidade social.

O novo grupo de discussão integra ainda a Cruz Vermelha, UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta), APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), AMCV (Associação de Mulheres Contra a Violência) e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A iniciativa visa promover a “reflexão e debate sobre os percursos e dificuldades institucionais das mulheres vítimas de violência doméstica” indica comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

Neste Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, 25 de Novembro, o Governo aprovou, na reunião de Conselho de Ministros, o IV Plano Nacional Contra a Violência Doméstica 2011-2013, estruturado com base nas políticas nacionais preconizadas pelo Governo e de acordo com os contributos obtidos através de Consulta Pública.

De entre as 50 medidas constantes do Plano destacam-se “a promoção do envolvimento dos Municípios na prevenção e combate à violência doméstica, o desenvolvimento de acções para a promoção de novas masculinidades e novas feminilidades, a distinção e divulgação de boas práticas empresariais no combate à violência doméstica, a implementação do rastreio nacional de violência doméstica junto de mulheres grávidas, a implementação de programas de uma intervenção estruturada para agressores, o alargamento a todo o território nacional da utilização da vigilância electrónica, e a criação do mapa de risco geo-referenciado do percurso das vítimas”.

A equipa técnica do Lar de Santa Helena destaca que “as mulheres que vivem em contextos de violência familiar são obrigadas a fugir e deixar a sua casa, tudo o que têm, carregando filhos menores, deixam os empregos, a família e os amigos”.

Este “percurso-calvário” começa quando “ainda mal acabaram os anos de humilhações, insultos, agressões, manipulações, o constante repetir de que não servem para mães, nem para mulheres, nem para nada, numa constante inversão da culpa”.

Em 2010 foram assassinadas mais mulheres do que em 2009 e aumentaram também as tentativas de homicídio: 39 mortes e 37 tentativas, segundo o relatório do Observatório das Mulheres Assassinadas da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta).

Numa mensagem divulgada pelo YouTube, a respeito da próxima vigília pela vida, a 27 de Novembro, o Cardeal-Patriarca indicava que “a vida é hoje muita ameaçada, em vários sectores”, apontando como exemplo, precisamente a violência doméstica ou sobre as crianças.

Em Aveiro, a Cáritas diocesana organiza uma concentração para evocar o Dia Internacional, intitulada “Vozes de Dor, Mãos Sem Amor”. A iniciativa começa às 21h00 na Praça da República, frente à Câmara Municipal, seguindo-se uma marcha até às instalações das “Florinhas do Vouga”.

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