Religiões: Media são espaço privilegiado de diálogo

Cónego António Rego diz que a rádio e televisão favorecem «aproximação entre as várias Igrejas»

Lisboa, 17 jan 2012 (Ecclesia) – O cónego António Rego, representante da Igreja Católica na Comissão do Tempo de Emissão das Confissões Religiosas (CTECR), considera que a abertura da rádio e televisão a projetos de diferentes credos reforçou o diálogo inter-religioso.

Em entrevista publicada hoje no Semanário Agência ECCLESIA, o sacerdote diz que os anos passados dentro daquele grupo permitiram assistir ao início de um “caminho de aproximação entre as várias Igrejas” em Portugal.

“Foi uma experiência nova na minha vida estar à mesa com sete elementos de outras confissões religiosas, algumas das quais eu conhecia melhor, outras menos”, recorda o antigo diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.

O grupo de trabalho, que começou a funcionar em 1995, é constituído por representantes da Igreja Católica e das Igrejas e comunidades religiosas radicadas no País ou das federações em que as mesmas se integrem.

As reuniões começaram a ter efeitos práticos a partir de 1997, através de um protocolo assinado entre a RTP e a CTECR que permitiu colocar no ar programas como o espaço ecuménico ‘A Fé dos Homens’ (RTP2, 18h00).

Em 2009, as confissões religiosas passaram também a ter um tempo de emissão radiofónica na Antena 1, de segunda a sexta-feira (22h45) e aos domingos (06h00), caracterizado pela difusão de diversas atividades relacionadas com a vivência de cada Igreja.

“Mantendo cada um a sua identidade, a sua firmeza e a sua fé, nós entendemo-nos sob o ponto de vista humano naquilo que nos é comum: este empenhamento da nossa presença”, sublinha o cónego António Rego, que dá como exemplo o debate que tem sido potenciado a partir da situação de crise em que o país se encontra.

“Não se trata apenas de uma questão teológica, lógica ou sistemática, trata-se de uma aproximação de pessoas, de ideais e elementos comuns e o diálogo inter-religioso passa muito por esta ação concreta que nós desenvolvemos”, conclui.

A presença das confissões religiosas no serviço público de rádio e televisão tem enquadramento legal desde 1990.

PRE/JCP

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