Religião não pode justificar violência e terrorismo

Bento XVI envia mensagem ao Encontro inter-religioso de Assis Bento XVI enviou uma longa mensagem aos participantes do Encontro Mundial inter-religioso e Jornada de Oração pela paz em Assis, 20 anos depois do histórico encontro convocado por João Paulo II. O actual Papa deixou claro que as religiões têm de “unir e não dividir”, devendo os seus responsáveis procurar momentos para “favorecer o encontro”. Nesse sentido, é necessária uma “eficaz pedagogia de paz” que evite fenómenos como os dos bombistas suicidas. A poucos dias do 5º aniversário dos atentados do 11 de Setembro, Bento XVI lembra os “cenários de terrorismo e violência que não parecem desaparecer”, insistindo que, neste contexto, as religiões “só podem ser portadoras da paz” e ninguém deve apresentar as diferenças religiosas como “pretexto para uma atitude belicosa”. A iniciativa é promovida pela Comunidade católica de Santo Egídio, com a colaboração da conferência episcopal local, desde hoje até amanhã. O encontro “Homens e religiões”, terá como tema “Por um mundo de paz. Religiões e culturas em diálogo”. O Papa defende que a paz não se constrói apenas pelas vias da “ordem cultural, política e económica”, mas sobretudo “nos corações”. Analisando com grande preocupação a possibilidade de um “choque de civilizações”, Bento XVI condena a existência de “jovens educados para sentimentos de ódio e de vingança dentro de contextos ideológicos em que se cultivam as sementes de antigos rancores e se preparam os espíritos para violências futuras”. Os líderes das várias religiões são convidados a mostrar ao mundo como a “linguagem da oração” pode unir e tornar-se “elemento determinante para uma pedagogia de paz impregnada de amizade, de acolhimento recíproco, de diálogo entre os homens de diversas culturas e religiões”. A mensagem lamenta que “a história conheça o triste fenómeno das guerras de religião”, mas adverte que estas manifestações de violência “não podem ser atribuídas à religião enquanto tal, mas aos limites culturais na qual ela é vivida e se desenvolve”. O Papa, por outro lado, reiterou o valor dos encontros inter-religiosos, “pressuposto do diálogo entre as religiões”, mas advertiu que “é um dever evitar inoportunas confusões” sincretistas, fundadas em concepções relativistas.

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