D. António Francisco presidiu à Solenidade de São João Batista numa igreja com cheiro a manjerico
Porto, 25 jun 2017 (Ecclesia) – O bispo do Porto disse este sábado na celebração litúrgica de São João Batista, na paróquia da Foz do Douro, ao fim da tarde, que a Igreja católica tem de viver com criatividade as festas populares.
Em declarações à Agência ECCLESIA, D. António Francisco afirmou que a “expressão religiosa e litúrgica” das comunidades católicas nas celebrações dos santos, nomeadamente São João, tem de “saber como responder a uma presença tão numerosa de gente”, por esta ocasião.
A paróquia de São João Batista da Foz do Douro, no Porto, celebra o santo popular com uma Missa presidida pelo bispo diocesano, ao fim do dia, onde inclui elementos dos festejos tradicionais, como o manjerico e a cascata.
“Quando se entra nesta igreja cheira a manjerico”, referiu o pároco da Foz do Douro.
Para o cónego Rui Osório, a Igreja Católica tem de incluir nos seus ambientes “pequenos pormenores”, porventura de “origem mais profana do que sacra”, para “estabelecer com normalidade a aliança entre o profano e o sagrado”
“Não vou integrar o aspeto religioso à força, mas queremos dar uma ambiência religiosa, sem forçar”, sustentou o pároco da Foz do Douro.
O antigo jornalista do “Jornal de Notícias” lembrou que a Igreja Católica “deixou os santos populares um bocadinho ao abandono”, considerando que São João foi o “mais abandonado”, aceitando agora o desafio de, como pároco de uma comunidade que tem por padroeiro São João Batista, incluir na festa a dimensão religiosa e litúrgica.
“A liturgia oficial e o discurso oficial da Igreja talvez tenha sido mais racionalista do que simbólico e não soube integrar nas suas expressões da fé estes santos populares, ficando um bocadinho desamparados no aspeto religioso”, lembrou.
Para o cónego Rui Osório, o convite dirigido às gentes do Porto é: “comam as sardinhas, saltem à fogueira, passem a noite, mas já curados da noite mal dormida, mas muito festejada, venham à Eucaristia na Foz do Douro” no dia de São João Batista.
Para D. António Francisco, bispo do Porto, “a Igreja tem de viver a expressão da alegria, ser uma Igreja de gente feliz, que sabe viver com dignidade, respeito e exuberância também a alegria e a festa” e “aprender com os seus santos”.
“A alegria é uma dimensão da fé”, afirmou D. António Francisco.
O bispo do Porto presidiu à celebração em honra de São João Batista na igreja da Foz do Douro, na tarde do dia 24 de junho, crismando os membros da comunidade que concluíram a respetiva preparação neste ano pastoral.
PR