Relação da família com a escola

No início de um novo ano letivo, certamente todos os pais desejam que os seus filhos tenham sucesso nos estudos. Para garantir o sucesso, não basta comprar os livros e entregar os filhos à escola. É fundamental que os pais, como primeiros educadores, assumam a responsabilidade de acompanhar com atenção a vida escolar dos filhos.

O que podem fazer os pais? Sugiro três boas práticas: conversar com os filhos, respeitar os professores e dialogar com os diretores de turma.

 

Conversar com os filhos

É um dever dos pais conversar serenamente com os filhos sobre o que acontece na escola. Como correm as aulas? Há conflitos com os professores ou com os colegas? Quais são as disciplinas preferidas? E as mais difíceis? Os pais atentos têm de saber, no mínimo, se os seus filhos andam satisfeitos ou frustrados.

Quanto mais novos são os filhos, mais frequentes terão de ser as conversas. O pretexto da conversa pode ser a escola, mas o objetivo é acompanhar o desenvolvimento pessoal e social dos filhos. Há vida para além da escola.

Um bom momento para partilhar as coisas boas que aconteceram na escola dos filhos e no trabalho dos pais é a hora do jantar, com a família reunida à mesa, a televisão desligada e os telemóveis em silêncio. Se não há comunicação, a relação entre pais e filhos perde qualidade.

 

Respeitar os professores

Os pais têm o direito de escolher uma escola que funcione bem. Mas têm a obrigação de valorizar a escola e exigir dos filhos assiduidade, pontualidade, disciplina e esforço. Sem esforço, não há sucesso. A responsabilidade dos filhos é estudar em casa, realizar os trabalhos pedidos e participar ativamente nas aulas. A escola é um espaço de trabalho, não um parque de diversões!

Para além de valorizarem a escola, os pais devem respeitar os professores e evitar intrometer-se nas questões pedagógicas relacionadas com as metodologias de ensino e os processos de avaliação. Criticar os professores quando as coisas correm mal, chamar-lhes “incompetentes” ou “injustos”, de forma precipitada, é uma falta de bom senso, que contribui para a desmotivação e a indisciplina dos filhos.

Os pais devem defender os filhos quando eles são, de facto, vítimas de injustiça. Mas não precisam de comportar-se sempre como seus advogados de defesa, nem dar ouvidos a tudo o que eles dizem contra os professores. Se os filhos apresentam queixas repetidas, o melhor será contactar o diretor de turma, antes de tirar conclusões apressadas. Pais permissivos e demasiado protetores, que desculpam facilmente as irresponsabilidades dos filhos, destroem a autoridade dos professores e a sua própria autoridade.

 

Dialogar com o diretor de turma

Nas conversas privadas com o diretor de turma, os pais podem pedir informações sobre a assiduidade, o aproveitamento e o comportamento dos filhos. Pais informados são mais eficazes.

Através da comunicação regular entre os pais e o diretor de turma, é possível compreender melhor os alunos e concertar estratégias de ação, para prevenir ou resolver eventuais problemas de desmotivação, indisciplina e insucesso. A escola e os professores, por melhores que sejam, não conseguem substituir os pais na educação. O papel dos pais é decisivo na motivação e na gestão do tempo dos filhos.

Poucos pais terão hipótese de participar nos órgãos de direção da escola. Muitos, inscritos ou não nas associações de pais, poderão propor iniciativas e colaborar como voluntários em atividades curriculares ou extracurriculares, de acordo com a sua experiência profissional e as solicitações da escola. Mas todos deverão acompanhar o estudo dos filhos em casa e comunicar com o diretor de turma, sempre que considerem necessário.

A família e a escola são parceiros no processo educativo. A cooperação entre pais e professores, num clima de diálogo e respeito mútuo, promove a formação integral dos alunos.

Começar bem dá frutos todo o ano.

António Estanqueiro
Professor e Autor dos livros “Aprender a Estudar “ e “Boas Práticas na Educação”

 

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Agência ECCLESIA

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