Rejeitai a cultura da morte

Desafio de D. Antonino Dias aos finalistas do pólo de Azurém da Universidade do Minho. O Bispo Auxiliar de Braga, D. Antonino Dias, desafiou, ontem, os finalistas do pólo de Azurém da Universidade do Minho (UM) «a aperfeiçoar e a dignificar toda a vida humana», colocando a cidadania e o saber ao serviço do bem comum. Perante uma plateia que lotou a igreja paroquial de S. Pedro de Azurém, em Guimarães, onde teve lugar a tradicional bênção de finalistas, o prelado pediu aos estudantes que sejam fomentadores «da paz» e «da cultura da vida». «Neste momento solene que, embora sendo ponto de chegada, é, sobretudo, ponto de partida, formulai o propósito de através do exercício da cidadania e da vossa actividade profissional – exercida com competência, amor e dedicação –, ajudardes a aperfeiçoar e a dignificar toda a vida humana, sentindo-vos construtores dum mundo novo, aprendendo com Cristo, que veio para servir e não para ser servido, que veio para dar a vida e para que a nossa alegria fosse completa». Esta foi a principal mensagem dirigida, ontem, por D. Antonino Dias, em Guimarães, aos jovens finalistas da UM, apontando a necessidade de a sociedade «não adiar a paz» e combater os «atentados relativos ao aborto voluntário e à eutanásia». Apontando que «a paz prometida por Jesus nasce onde e quando se instaurarem entre os homens relações novas, em que a vontade de competir, de dominar, de ser o primeiro, cede o lugar ao serviço, ao amor desinteressado pelos últimos e indefesos», o prelado bracarense disse olhar para a presença dos jovens finalistas na eucaristia como «causa de alegria e motivo de esperança». Lembrando a mensagem do Papa Bento XVI quando afirma que há uma «gramática transcendente, ou seja, um conjunto de regras da acção individual e do recíproco relacionamento entre as pessoas de acordo com a justiça e a solidariedade, que está inscrita nas consciências, nas quais se reflecte o sábio projecto de Deus», D. Antonino advogou que «o critério que deve inspirar o diálogo pessoal e a construção da paz não pode ser senão o respeito por esta gramática inscrita no coração do homem pelo Criador que inclusive conduz à ecologia da paz, pois a experiência demonstra que toda a atitude de desprezo pelo ambiente provoca danos à convivência humana, e vice-versa». Pedindo aos finalistas que o seu conhecimento científico e técnico estejam sempre ao serviço da vida e do bem, o Bispo Auxiliar de Braga solicitou aos estudantes que, como pessoas crentes e homens e mulheres da cultura e do serviço, procurem «viver sempre como verdadeiros cristãos, bem inseridos na comunidade que deveis ajudar a construir através do testemunho de vida, da palavra e da participação nos vários campos do saber e do agir». «Dai à causa da vida a força da vossa vida e o entusiasmo típico e próprio da vossa idade. Rejeitai a cultura da morte e ajudai a fomentar a cultura da vida. Sentir-vos-eis felizes por isso. Defender o direito à vida, repito, não é uma questão meramente religiosa. É uma questão cultural que preocupa crentes e não crentes. É uma questão civilizacional. Não pode estar sujeita aos interesses pessoais, ou de grupo, ou às filosofias do egoísmo e do nada, que fazem perder o sentido do outro, da sua dignidade e da sua vida», concretizou. Regozijando-se, ainda, com os avanços da ciência, D. Antonino Dias mostrou-se, porém, apreensivo «quando se pretende deificar a mesma ciência e se esquece a humanidade da pessoa desde a sua concepção, se destrói ou manipula a vida, minimizando as questões culturais, morais e éticas que se levantam». Felicitando os finalistas pelo esforço realizado e pelo estudo persistente, em nome da Igreja e da Arquidiocese de Braga, o prelado estendeu também uma homenagem de gratidão aos pais, familiares e amigos, que, ontem, lotaram a igreja de Azurém e olharam os estudantes com particular ternura e redobrado encanto. No coração do mês de Maio, pleno de encanto mariano, com imensos corações de mães a transbordar de felicidade, D. Antonino garantiu que «aos pés da Virgem Mãe aprendemos o caminho do serviço e da disponibilidade; o caminho da fé e a sabedoria de contemplar o mistério de Deus numa dinâmica existencial de caridade efectiva e actuante que conduza à paz e ao bem-estar social e individual».

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