A Igreja da Santíssima Trindade não será um «templo ecuménico» O Reitor do Santuário de Fátima, Pe. Luciano Guerra, veio a público esclarecer uma nova polémica por causa da alegada pretensão de fazer de Fátima um “santuário de todas as religiões”. Num texto publicado esta semana na “Voz da Fátima”, o responsável assegura que “o Santuário procura ser fiel à mensagem de que Deus o fez depositário, e não pode deixar de notar o carácter nitidamente católico que a mesma inculca, tanto nas aparições do Anjo como nas de Nossa Senhora, que contêm alusões dramáticas ao papel mediador do Papa e dos Bispos, na unidade da Igreja, e para a paz do mundo”. O esclarecimento refere que “quanto à igreja da Santíssima Trindade, e uma vez que persiste a vontade de a chamar ‘templo ecuménico’, podemos dizer que esta denominação, aliás susceptível de interpretação católica, não é do Santuário”. Uma nova campanha de carácter anti-ecuménico e contra o diálogo inter-religioso surgiu recentemente na Internet, aproveitando a vinda de um grupo de hindus ao Santuário. Já no final do ano de 2003 a Reitoria do Santuário de Fátima, e outras instâncias da Igreja receberam uma grande quantidade de correspondência, no seguimento de uma notícia sensacionalista publicada pelo semanário Portugal News, editado em inglês, no Algarve, por ocasião do Congresso Internacional sobre “O presente do Homem e o futuro de Deus”, que teve lugar em Outubro de 2003, no Santuário. Nessa altura, como agora, os responsáveis pela campanha acusavam o Reitor do Santuário de querer fazer de Fátima “um centro inter-religioso onde as religiões do mundo se reunirão para prestar homenagem aos seus deuses”. As notícias incluíam ainda a alegada informação de que o Santuário estaria prestes a sofrer uma reconstrução completa com uma nova basílica “com o aspecto de um estádio inter-confessional, que abrirá aquele recinto sagrado dos católicos, em plano de igualdade, aos cultos mais diversos, incluindo muçulmanos, judaicos, budistas, hindus, e outras religiões pagãs”. A estas notícias, o Pe. Luciano Guerra respondeu afirmando que “é nossa convicção que a grande maioria, talvez a totalidade, das reacções recebidas, é o resultado de uma longa orquestração, a partir dos Estados Unidos da América, por parte de pessoas que se opõem acirradamente ao Concílio Vaticano II, sobretudo no que respeita a todas as suas aberturas, com relevo para o diálogo ecuménico e inter-religioso”. Em relação à visita de um grupo hindu a Fátima, reconstituindo a que foi efectuada por Morari Bapur em Maio de 1982, o Reitor do Santuário esclarece que “o sacerdote que acompanhava o grupo cantou uma oração durante alguns minutos; não fez qualquer gesto, não realizou qualquer rito, sobre ou fora do altar. O tradutor explicou que ele pedira à Santíssima Mãe que desse aos governantes das nações sabedoria e discernimento, para que no mundo pudesse haver paz”. “Anotamos que esta intenção da paz, por ser universal, é a mesma, ao que supomos, que vem trazendo ao Santuário outras personalidades não-católicas, como por exemplo o Dalai Lama, o Presidente da República da União Indiana, e as esposas dos Presidentes Clinton e Arafat”, esclareceu o Pe. Luciano Guerra. O documento • A Igreja da Santíssima Trindade não será um «templo ecuménico» A nova Basílica Desde o dia 6 de Junho está aberta ao público, na Casa de S. Miguel, localizada em frente à Casa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo, a exposição sobre a Igreja da Santíssima Trindade. A mostra integra a descrição do projecto, as várias perspectivas do interior e do exterior da futura Igreja, engloba uma maqueta da Igreja da Santíssima Trindade e apresenta uma nova maqueta, onde a obra é enquadrada na zona envolvente do Santuário. A exposição termina com a uma cópia da Bênção Apostólica do Santo Padre ao novo templo de oração, que se espera inaugurar em Maio de 2007. É ainda apresentado o currículo de Alexandros N. Tombazis, autor do projecto da Igreja da Santíssima Trindade, pensado para melhor servir as grandes multidões de peregrinos que visitam Fátima. Esta exposição está patente ao público durante todo o período temporal em que decorrerem as obras. É possível ser visitada de Terça a Sábado das 9h às 13 horas e das 14h30 às 18 horas. Aos Domingos e Dias Santos está aberta entre as 9h e as 13 horas. Para saber mais • A nova Basílica de Fátima