Reino Unido: Missionário português destaca expetativa das comunidades portuguesas face às «consequências» do Brexit

Diáspora lusa no território é composta atualmente por cerca de 400 mil pessoas

Fátima, 25 out 2017 (Ecclesia) – O padre Carlos Gabriel chegou recentemente a Inglaterra para trabalhar com as comunidades de emigrantes portugueses, e realça as preocupações que começam a surgir devido ao ‘Brexit’.

Apesar de ainda estar “longe de ser executado”, o plano de saída do Reino Unido da União Europeia poderá implicar mudanças na vida de cerca de 400 mil emigrantes lusos, 150 mil dos quais devidamente radicados no território desde 2012.

“É uma preocupação subterrânea, porque vai ter consequências na vida dos portugueses e dos restantes emigrantes em Inglaterra” reconhece o sacerdote, em declarações à Agência ECCLESIA.

A posição dos portugueses é neste momento de ansiedade, porque aguardam a definição das “decisões fundamentais que o ‘Brexit’ implicará”, salienta o mesmo responsável.

O padre Carlos Gabriel está em Portugal para participar em Fátima no encontro anual de missionários que acompanham a diáspora de língua portuguesa na Europa.

Antes de seguir para o Reino Unido, onde chegou há cerca de um mês, o sacerdote passou 21 anos junto da diáspora portuguesa na África do Sul.

Desses anos, o missionário destaca “uma comunidade estabelecida, com raízes”, mais consolidada do que o que acontece no plano europeu, marcado atualmente por “grandes movimentos migratórios”, mais recentes.

Quanto à sua nova realidade, apesar de ainda não ter tido tempo para grandes experiências, realça “o acolhimento e hospitalidade” dos emigrantes portugueses, “uma das marcas distintivas” da nossa diáspora.

O sacerdote refere algumas particularidades do quotidiano das famílias, como por exemplo no que diz respeito à educação dos filhos.

Para serem inscritas nas escolas católicas, “as crianças precisam de uma recomendação dos padres”, aponta o missionário.

Portugal é o país no mundo com uma relação diplomática mais duradoura com o Reino Unido, estabelecida desde 1373.

Sobre a situação dos portugueses no Reino Unido, no quadro do ‘Brexit’, o Governo britânico já manifestou a vontade de este processo ter um fim positivo para todas as partes envolvidas, em particular as comunidades migrantes.

A saída do Reino Unido da União Europeia, votada favoravelmente num referendo nacional em junho de 2016, representará a primeira saída de um Estado-membro na história da UE, em 60 anos de história.

Na altura da consulta às populações, 52 por cento dos eleitores votaram pela saída, enquanto 48 por cento manifestaram a vontade de permanecer integrados no projeto europeu.

LFS/JCP

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Agência ECCLESIA

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