Refugiados: Vaticano elogia acção de António Guterres

Últimos números das Nações Unidas apontam para 43,3 milhões de pessoas em risco

A Santa Sé, na voz do Arcebispo Silvano Tomasi, manifestou o seu apoio “ao esforço intenso realizado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para chamar a atenção, melhorar e avançar na questão da necessidade de uma protecção alargada ao refugiados e às populações de risco”.

O representante permanente da Santa Sé nas Nações Unidas elogiou desta forma a acção de António Guterres ao longo de cinco anos de mandato, ao dirigir-se ao Comité Executivo do ACNUR, por ocasião do seu 48.º encontro, hoje, em Genebra (Suíça).

D. Silvano Tomasi referiu também que esta acção é mais oportuna ainda, “numa altura em que os conflitos têm vindo a deslocar cada vez mais pessoas, numa conjuntura em que os requerentes de asilo têm sido obrigados a retornar, devido à grave crise económica que afecta os países”.

O problema, destaca o Arcebispo italiano, tem vindo a agravar-se ao ponto de “os últimos números das Nações Unidas apontam para 43,3 milhões de pessoas em risco, o número mais alto desde 1990”.

O representante da Santa Sé realçou ainda a situação da Colômbia, com 4,9 milhões de refugiados internos, e a nova onda de deslocados no Quirguistão.

Este responsável reforçou a mensagem global do ACNUR, apontando questões que deverão merecer maior atenção por parte dos governos mundiais.

Nesse sentido, defendeu alternativas à detenção de refugiados e requerentes de asilo, considerando-a inapropriada; apelou à criação de condições de segurança e ao respeito pela dignidade humana; apontou à necessidade de criar mecanismos de protecção para os refugiados; destacou o papel que os órgãos de comunicação poderão ter, passando para o público a dimensão real do problema.

D. Silvano Tommasi não deixou de criticar “a desinformação e a manipulação política dos medos de culturas e pessoas desconhecidas”, algo que muitas vezes faz parte da acção dos governos. “Não podemos dizer que um estado cumpre o seu papel, quando pessoas em risco são deixadas ao abandono”, disse ainda, no decurso da sua intervenção.

Fundado em 1951, o ACNUR protege e apoia 31 milhões de refugiados em mais de 110 países, tendo sido agraciado com o Prémio Nobel da Paz em 1954 e em 1981.

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Agência ECCLESIA

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