Refugiados: Serviço Jesuíta aos Refugiados e Câmara Municipal de Lisboa assinaram protocolo de parceria

Acolhimento, integração e capacitação são prioridades das instituições

Lisboa, 22 jun 2015 (Ecclesia) – O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) assinaram hoje um protocolo de parceria para a reinstalação de refugiados que prevê iniciativas e atividades destinadas ao acolhimento, integração e capacitação para uma vida digna.

“A importância [do protocolo] é efetiva mas também simbólica. Estamos a protocolar uma colaboração entre o município de Lisboa e o Serviço Jesuíta aos Refugiados que será uma das entidades que irá fazer a reinstalação de um grupo de 45 refugiados que será acolhido a nível nacional”, explicou o diretor do JRS-Portugal, na Sala do Arquivo dos Paços do Concelho.

À Agência ECCLESIA, André Costa Jorge especificou que conta com a CML no acolhimento em parceria para a “integração destas famílias refugiadas”, incluindo a “residência de transição”, o espaço que vão habitar durante a primeira fase da reinstalação em Portugal.

Está previsto que o JRS receba o novo grupo de refugiados, a maioria proveniente da Síria, a partir de setembro e o programa de reinstalação é “suportado pela União Europeia e pelo Estado português através do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e do Ministério da Administração Interna”.

“Às vezes é preciso arriscar, dar um primeiro passo”, contextualizou o diretor do JRS.

Já o vereador dos Direitos Sociais da CML assinalou que pretende “aprofundar” o trabalho desenvolvido pelo JRS, de apoio e receção dos refugiados, e “permitir” que recursos da edilidade, como “habitação, possibilidade de formação e reconhecimento de habilitações técnicas”, e outros apoios “a nível jurídico”, possam ser “utilizados” pelos refugiados.

“No fundo temos de saber utilizar os recursos e trabalhar em cooperação. O JRS tem o conhecimento, acordo de cooperação que permite que os refugiados venham para Portugal, e nós temos as condições para apoiar essas pessoas”, frisou o arquiteto João Afonso à Agência ECCLESIA.

Neste contexto, o diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados revela que, como em 2014, com o projeto ‘Sementes de Esperança’, com 14 refugiados, vão fazer o “processo de integração” através da “aprendizagem do português, na capacitação na formação e na integração” pelo acesso ao mercado de trabalho, aos “direitos fundamentais”.

“Estas pessoas, para além de terem sofrido os processos de sair dos seus países, nos países de trânsito ficam nas mãos dos traficantes, de situações arbitrárias”, alertou André Costa Jorge que defende que a Europa “deve dar sinais”, abrir vias legais e seguras de proteção”.

Após a assinatura do protocolo, as duas instituições promoveram a Conferência ‘Reinstalação: Uma via segura e legal de acesso à proteção para refugiados’, com a participação de vários intervenientes onde a diretora da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre partilhou a experiência de terreno e destacou a importância destes protocolos.

“As pessoas que vivem nos campos de refugiados perderam toda a sua vida, dignidade e necessitam deste apoio”, refere Catarina Martins, para quem é fundamental que as pessoas “estejam sensibilizadas para esta problemática”.

CB/OC

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