Refugiados: Presidente da Cáritas Portuguesa considera «inadmissível» tempo de espera nos campos gregos

Eugénio Fonseca fala da «esperança» de quem quer recomeçar a sua vida

Henrique Matos, enviado da Agência ECCLESIA à Grécia

Atenas, 21 fev 2017 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Portuguesa considerou “inadmissível” o tempo de espera que os refugiados enfrentam nos campos, depois de uma visita de cinco dias a território grego.

“Esta é uma espera muito longa, está a ser longa demais, incompreensivelmente longa”, lamentou Eugénio Fonseca, em declarações à Agência ECCLESIA.

A visita decorreu entre os dias 16 e 20 de fevereiro, com o objetivo de conhecer a situação dos milhares de refugiados ali radicados e avaliar novas formas de ajuda.

Eugénio Fonseca disse ter encontrado refugiados entre “espera e esperança”, apesar dos problemas encontrados perante a excessiva “burocracia”.

“Temos de abreviar este tempo [de espera] para bem de todos”, alertou.

O presidente da Cáritas Portuguesa lamenta que após “um ano, ano e meio” nos campos de refugiados, “sem o mínimo de condições de vida digna”, os refugiados continuem para poderem continuar a sua vida.

“Isto é inadmissível, porque traz consequências graves”, advertiu.

Eugénio Fonseca revela que as pessoas “vivem numa ansiedade muito grande”, procurando “recomeçar um projeto de vida” e encontrar “a paz que perderam nos últimos anos”.

O responsável contactou em particular com refugiados da Síria, vítimas da guerra e das bombas, “gente a fugir da morte” que mantém um “discurso muito positivo”.

“Esta gente é gente boa, afável, que só quer viver com as condições que qualquer ser humano reclama”, acrescenta.

O presidente da Cáritas deseja que a esperança seja “informada”, porque os refugiados vão para países que desconhecem.

Os responsáveis da instituição católica foram conhecer no terreno a forma como está a ser aplicado o valor angariado pela ‘Operação 10 Milhões de Estrelas – um Gesto pela Paz’, no último Natal, em Portugal

Eugénio Fonseca sustenta que 0 dinheiro oferecido pelos portugueses está a ser “bem aplicado” e deixa um elogio ao trabalho das voluntárias portuguesas presentes nos campos de refugiados.

Em parceria com a Cáritas da Grécia e com a Cáritas da Suíça, está em curso um projeto que visa permitir a famílias refugiadas vulneráveis terem apoio social e alojamento, enquanto aguardam pelo processo de asilo, repatriamento ou outras opções.

HM/OC

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Agência ECCLESIA

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