Refugiados: Papa pede «respostas políticas, sociais e económicas de longo prazo»

Francisco recordou hoje o «cenário de sofrimento humano» que encontrou na sua recente visita à Ilha de Lesbos

Cidade do Vaticano, 13 mai 2016 (Ecclesia) – O Papa pediu hoje no Vaticano “respostas políticas, sociais e económicas de longo prazo” para a crise dos refugiados, numa audiência com os participantes de uma conferência internacional da Fundação ‘Centesimus Annus’. 

Na sua intervenção, publicada pelo serviço informativo da Santa Sé, Francisco salientou que a luta contra a pobreza e outros dramas humanos, como “a crescente onda de refugiados”, não é apenas um problema “económico” mas “sobretudo” moral.

Para o Papa argentino, esta questão deve suscitar “uma solidariedade global” e a busca de “soluções” mais próximas das “necessidades concretas e das aspirações das pessoas em todo o mundo”.

No caso dos refugiados, Francisco recordou a sua recente viagem à ilha grega de Lesbos, onde “testemunhou um cenário de sofrimento humano, especialmente por parte das famílias e crianças”.

“Além dos apoios mais imediatos que devem ser dados a estes nossos irmãos e irmãs, a comunidade internacional é chamada a desenvolver respostas políticas, económicas e sociais de longo-prazo, que respondam a questões que transcendem as fronteiras nacionais e continentais, e afetam toda a família humana”, sublinhou o Papa.

A conferência internacional da Fundação ‘Centesimus Annus’, que decorre em Roma até este sábado, tem como tema “O empreendedorismo na luta contra a pobreza – A crise dos refugiados, o nosso desafio”.

O objetivo foi reunir todo um conjunto de líderes nas áreas do comércio, da indústria, também pessoas empenhadas na prática da caridade, da reconciliação e da construção da paz, para um debate por ocasião dos 25 anos da encíclica ‘Centesimus Annus’.

Este documento, escrito por São João Paulo II, é dedicado ao mundo da política, da economia e sociedade.

Segundo o Papa Francisco, “uma visão económica sustentada apenas no lucro e no bem-estar material” tem sido, “como a realidade atual demonstra, incapaz de contribuir de modo positivo para uma globalização que favoreça o desenvolvimento integral das pessoas”.

“Os efeitos fazem-se sentir mesmo nos meios mais desenvolvidos, onde o crescimento da pobreza e a degradação social representam uma séria ameaça às famílias”, apontou o Papa argentino, lembrando dramas como a exclusão social e o desemprego, sobretudo o “desemprego jovem que é não só um “escândalo” mas uma “doença social”.

“A nossa juventude está a ser despojada de esperança e a sua energia, criatividade e visão estão a ser esbanjadas”, lamentou Francisco.

Criada por São João Paulo II em 1993, a Fundação ‘Centesimus Annus’ é conduzida por um conselho formado por nove leigos que reporta ao presidente da Administração do Património Apostólico da Santa Sé (APSA), atualmente o cardeal Domenico Calcagno.

JCP

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top