40 anos de programas de educação, subsistência, serviço de assistência pastoral e psicossocial em zonas de conflito e fronteiras, espalhada em 56 países, são formas de criar «cultura do encontro»
Vaticano, 12 nov 2020 (Ecclesia) – O Papa Francisco escreveu uma carta por ocasião dos 40 anos do Serviço Jesuíta das Refugiados (JRS), afirmando a importância de “vital estender a mão da amizade aos que estão sozinhos e separados de suas famílias”.
“Os meus pensamentos vão especialmente para os muitos homens, mulheres e crianças que recorrem ao JRS à procura de refúgio e assistência. Eles sabem que o Papa está próximo deles e das suas famílias e que se lembra deles nas suas orações. Este desejo intimamente cristão e inaciano, de cuidar do bem-estar de todos aqueles que se encontram em estado de profundo desespero, inspirou e orientou o trabalho do JRS nos últimos 40 anos”, escreve o Papa numa missiva endereçada ao jesuíta Thomas H. Smolich, diretor internacional do JRS, publicada hoje pelo site Vatican news.
Francisco recorda uma “história de 40 anos”, que começou com a fuga de barcos dos vietnamitas e se estende “até hoje, com a pandemia de coronavírus”.
“A pandemia deixou evidente que toda a família humana está ‘no mesmo barco’, enfrentando desafios económicos e sociais sem precedentes”, sublinha.
Numa ação presente em 56 países, servindo refugiados e deslocados forçados em zonas de conflito, locais de detenção, “fronteiras remotas e cidades lotadas”, o JRS presta “assistência pastoral e apoio psicossocial nos centros de detenção e nos campos de refugiados” e estende a sua ação humanitária a quadros de “deslocamento de emergência”.
“O vosso trabalho expressa o compromisso da Companhia de Jesus (os Jesuítas) de estar com os refugiados em todo o mundo (JRS)”, assinala, lembrando a inspiração do padre Pedro Arrupe, fundador do JRS,
O Papa indica como “tarefa vital de estender a mão da amizade aos que estão sozinhos, separados de suas famílias, ou abandonados, acompanhando-os e amplificando sua voz e, sobretudo, garantindo-lhes a oportunidade de crescer através de seus programas de educação e desenvolvimento”.
Francisco frisa que a criação de competências asseguradas por “programas de educação e subsistência” são uma oportunidade de integração em comunidades de destino e uma forma de criar “cultura do encontro”, base de uma “solidariedade autêntica e duradoura para o bem da família humana”.
“Olhando para o futuro, estou convencido de que nenhum retrocesso ou desafio, pessoal ou institucional, poderá distraí-los ou desanimá-los de responder generosamente ao chamado urgente de promover a cultura de proximidade e encontro através da defesa determinada dos direitos daqueles que vocês acompanham todos os dias”, finaliza a missiva.
LS