Mensagem do secretário-Geral da ONU transmitida em iniciativa da Cáritas e Conferência Episcopal Portuguesa
Lisboa, 20 jun 2018 (Ecclesia) – O secretário-geral da ONU alertou hoje para o crescimento do número de situações em que os refugiados “não estão a receber a proteção de que precisam e à qual têm direito”.
“No mundo de hoje, nenhuma comunidade ou país que forneça refúgio seguro às pessoas que fogem da guerra ou da perseguição deveria estar sozinho ou sem apoio”, disse António Guterres, numa videomensagem divulgada esta tarde no evento «Vem e Partilha o teu Pão», da Cáritas e da Conferência Episcopal Portuguesa, que visa assinalar o Dia Mundial do Refugiado.
O responsável português sustentou que “enquanto houver guerra e perseguições, haverá refugiados”.
“Precisamos de restabelecer a integridade do regime internacional de proteção aos refugiados”, sustenta.
Guterres fala em mais de 68 milhões de refugiados ou deslocados internos, “como resultado de conflitos ou de perseguição”, o equivalente à população do 20.º maior país do mundo.
Em 2017, acrescenta, “uma pessoa ficou deslocada a cada 2 segundos, a maioria nos países mais pobres”.
“No Dia Mundial do Refugiado, todos nós devemos pensar sobre o que podemos fazer para ajudar”, defende o secretário-geral das Nações Unidas, para quem “a resposta começa com união e solidariedade”.
“Precisamos de estar juntos, ou falharemos”, apela.
O secretário-geral da ONU presta homenagem a histórias de “resiliência, perseverança e coragem”.
“A nossa [história] deve ser de solidariedade, compaixão e ação”, disse ainda.
António Guterres recorda que em 2018 vai ser apresentado na Assembleia Geral da ONU o pacto global sobre refugiados, defendendo que este apresenta “um caminho a seguir” e reconhece os contributos que os refugiados oferecem às sociedades que os acolhem.
A iniciativa «Vem e Partilha o teu Pão» decorre no Salão Almada Negreiros, na Gare Marítima da Rocha Conde d’Óbidos, em Lisboa.
Entre os presentes estão o primeiro-ministro António Costa; o ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita; o presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias Pedro Bacelar de Vasconcelos; o núncio apostólico D. Rino Passigato; e vários representantes consulares em Portugal, associações de migrantes e entidades públicas ligadas às migrações.
O “Relatório Mundial sobre Tendências em Deslocamento Forçado” da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) revela que das 68,5 milhões de pessoas deslocadas à força no mundo, 25,4 milhões são refugiados, 40 milhões são deslocados internos e 3,1 milhões de requerentes de asilo.
OC