Organização católica destaca ação na Nigéria, Eritreia, Sudão do Sul, Síria, Iraque, Líbia e Ucrânia
Lisboa, 19 jun 2015 (Ecclesia) – A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) revela em comunicado enviado à Agência ECCLESIA que doou “mais de 10 milhões de euros” para projetos de apoio aos refugiados, desde 2014.
A organização católica explica que procura “apoiar a Igreja” nos vários países onde o “acolhimento aos refugiados é mais necessário”, como Nigéria, Eritreia, Sudão do Sul, Síria, Iraque, Líbia e Ucrânia, normalmente através de “projetos da responsabilidade das dioceses locais”.
“Desde janeiro de 2014 até ao corrente mês, a fundação doou mais de 10 milhões de euros no apoio direto aos refugiados e às pessoas deslocadas em todo o mundo”, informa a AIS.
Neste momento, acrescenta o comunicado, o Iraque e a Síria são dois dos países que precisam de “mais atenção” quando a temática são os refugiados, “pela dimensão extraordinária do êxodo humano” por causa da guerra civil e dos ataques dos “jihadistas do ‘Estado Islâmico’”.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que existem quase sete milhões de refugiados iraquianos e cerca de quatro milhões de sírios registados nos vários centros de acolhimento.
A população refugiada fugiu para países vizinhos, como a Turquia, Líbano e Jordânia e os donativos da AIS dividem-se em “mais de 7,2 milhões de euros” para ajuda pastoral e caritativa aos refugiados iraquianos e “quase 4,5 milhões” em ajuda de emergência para os refugiados sírios “dentro e fora do país”.
“Os refugiados são, normalmente, pessoas muito traumatizadas, que viveram experiências terríveis, que estão assustadas e que perderam tudo”, alerta a fundação, cujo apoio também se destina a fornecer bens de primeira necessidade como: “Roupa; água; alimentos; cobertores; medicamentos; artigos de higiene”.
O Relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) divulgado esta quinta-feira mostra que as deslocações globais de população provocadas por guerras, conflitos e perseguições atingiu um nível recorde e está a acelerar rapidamente.
O número de pessoas forçadas a deixar suas casas atingiu os 59,5 milhões de pessoas, um aumento face aos 51,2 milhões registados no final de 2013 e os 37,5 milhões verificados há uma década.
O Papa Francisco também se associou à celebração do Dia Mundial do Refugiado, promovido anualmente pela ONU a 20 de junho, e convidou “todos” a pedir perdão pelas “pessoas e instituições que fecham a porta a estas pessoas que procuram um lar, uma família, que procuram ser protegidos”.
Em Portugal esta data vai ser assinalada com um sarau cultural, pelas 21h00, no auditório Ângelo Vidal D'Almeida Ribeiro do Centro de Acolhimento para Refugiados (Bobadela).
CB/OC