Docente coordena iniciativa de acolhimento a estudantes na UCP, que o Papa vai conhecer em agosto
Lisboa, 20 jun 2023 (Ecclesia) – A coordenadora da iniciativa de acolhimento a estudantes refugiados da Universidade Católica Portuguesa (UCP) destacou a importância de permitir a atividade académica a estas pessoas, já que as condições de dignidade “não passam apenas pela casa, comida e trabalho”.
“Estudar não é um luxo, porque é pensar num amanhã das pessoas e da sociedade. A maioria dos estudantes nos cursos da UCP já estudavam nos seus países de origem”, refere Inês Espada Vieira à Agência ECCLESIA.
Numa entrevista por ocasião do Dia Mundial do Refugiado, que se celebra hoje, a docente da UCP sublinhou que a iniciativa de acolhimento nasceu em 2017, por ocasião dos 50 anos da Católica, tendo a instituição decidido “criar um fundo de apoio social, chamado ‘Fundo Social Papa Francisco’, que pretende recolher donativos para apoiar estudantes migrantes e refugiados”.
A UCP procurou, depois, “dar consistência a uma iniciativa mais estruturada para poder apoiar estudantes que viram as suas vidas interrompidas, nomeadamente no âmbito dos estudos superiores”, apontou Inês Espada Vieira.
Para a coordenadora, regressar à universidade permite superar, “momentaneamente, a condição de ser refugiado”, que é “uma condição externa e uma contingência”.
“O objetivo é que a pessoa refugiada possa prosseguir a sua vida, ou no país de acolhimento ou num cenário, que tantas vezes é o mais desejado, de voltar à sua terra”, disse a docente, em entrevista ao Programa ECCLESIA, emitido hoje na RTP2.
No próximo ano letivo, a UCP vai ter 30 estudantes em situação de emergência humanitária a estudar em Lisboa, Porto, Braga e Viseu.
Destes estudantes, “a maioria são mulheres, a maioria são deslocados da guerra da Ucrânia e também pessoas afegãs”, adiantou Inês Espada Vieira.
Este programa surge no âmbito do esforço nacional de acolhimento e integração dos refugiados e dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pelas Nações Unidas.
Na visita a Portugal, por ocasião da JMJ Lisboa 2023, Francisco vai estar na UCP, a 3 de agosto, num programa que conta com a participação de estudantes refugiados.
“Queremos mostrar ao Papa que não são só palavras, porque a verdade deve ser vista no concreto e ações”, realçou Inês Espada Vieira.
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