D. Pietro Parolin alerta que autoproclamado ‘Estado Islâmico’ “explora o Islão para «justificar atos de violência»
Cidade do Vaticano, 24 ago 2016 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano afirmou que “o espírito de acolhimento é parte essencial da identidade cristã” no contexto dos líderes ocidentais que querem recusar a migração para defender a identidade cultural marcada pelo cristianismo.
Em entrevista ao jornal ‘Avvenire’, da Conferência Episcopal Italiana, D. Pietro Parolin explicou que o “espirito de acolhimento”, para com migrantes e refugiados, que é “parte essencial da identidade cristã” pode ser aplicado de “forma concreta” nas Obras de Misericórdia, que foram “indicadas por Jesus no Evangelho”.
O cardeal italiano comentou que “não existe uma guerra” entre o Cristianismo e o Islão e observa que o terrorismo, do ponto de vista numérico, “atinge mais os muçulmanos que os cristãos”.
Sobre o tema “guerra religiosa”, o secretário de Estado do Vaticano assinalou que são os partidários do autoproclamado ‘Estado Islâmico’ que “exploram o Islão para justificar atos de violência”.
Alertando que é preciso evitar “cair na armadilha deles”, D. Pietro Parolin destacou o “sinal de fraternidade, solidariedade e rejeição da violência” que os muçulmanos deram após o assassinato do padre francês Jacques Hamel, a 26 de julho.
O secretário de Estado do Vaticano comentou também os discurros/intervenções do Papa Francisco entre as potências do mundo e recordou que o pontífice “não é um líder político, não é chefe de uma grande empresa multinacional, especialista em estratégias políticas, comerciais, financeiras”.
“Ele é o sucessor de Pedro, o Pastor da Igreja, escolhido por Deus para esse desafio, e sua única preocupação é de anunciar o Evangelho que salva, para que os homens possam reconciliar-se com Deus e com os irmãos e reencontrar esperança e paz”, desenvolveu.
Segundo o cardeal Pietro Parolin é “a simplicidade e a coragem” com que o Papa argentino propõe “a primazia do diálogo e encontro” que despertou em muitos líderes religiosos e políticos a vontade de contactar com Francisco e “saber melhor sobre a importância da Santa Sé e da Igreja Católica no mundo”.
CB