«Refugiados: Euros ou pessoas?» vai estar em análise no Centro Pastoral Diocesano de Leiria
Lisboa, 07 jan 2017 (Ecclesia) – A Diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM) afirma que o tema dos refugiados está a “inquietar” nas vésperas do Encontro de Animadores Sociopastorais das Migrações intitulado ‘Refugiados: Euros ou pessoas?’, entre 13 e 15 de janeiro.
“Inquieta a sociedade moderna, a Europa e a Igreja. Está a desassossegar-nos e no bom sentido. É recordar quais são os nossos valores, os valores cristãos que nos orientam, os princípios da Doutrina Social da Igreja”, disse Eugénia Quaresma sobre o tema dos refugiados.
As migrações ligam “os diferentes setores da Igreja”, por isso, o 17.º Encontro de Animadores Sociopastorais das Migrações é organizado com a Cáritas Portuguesa, a Agência Ecclesia e o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, entre 13 e 15 de janeiro, Centro Pastoral Diocesano de Leiria, para além, de “um sinal de trabalho conjunto”.
Intitulado ‘Refugiados: Euros ou pessoas?’, o encontro pretende ajudar a “refletir, conhecer e ver” como pode-se otimizar “toda riqueza” da Doutrina Social da Igreja com os agentes pastorais que já trabalham na área e “também pessoas que começam a interessar-se por estas temáticas”.
O tema do encontro vai ser apresentado, na sessão de abertura que começa às 21h30, pelo secretário da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, o padre José Manuel Pereira de Almeida.
No dia seguinte, 14 de janeiro, a manhã começa com o “desafio” de diversos convidados responderem à pergunta provocatória ‘Europa, uma família de povos?’ que vai ajudar a “repensar” o projeto europeu e ter consciência da “contribuição católica”.
Em Leiria, vai haver também têm oportunidade para ouvir pessoas que foram acolhidas, pessoas que acolheram e lançar o desafio para que “mais comunidades possam acolher” refugiados porque “continua a ser necessário”.
Eugénia Quaresma considera que há um trabalho de sensibilização, de preparação e um “desafio de trabalho conjunto” no acolhimento às pessoas migrantes na Igreja Católica porque existe “trabalho bem feito” por instituições mas “é preciso trabalhar em conjunto”.
O Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes, acrescenta a diretora da OCPM, convida no início deste ano a trabalhar “para a justiça, para a paz, na erradicação da pobreza” porque está tudo ligado às migrações e aos diferentes setores da pastoral da Igreja. Para promoverem “soluções duradouras”.
“Cada vez mais somos chamados a um trabalho mais profundo, mais do que assistência, mais do que cuidar da ferida ver como evitar que alastre mais”, observou, na mais recente edição do Semanário ECCLESIA.
O encontro dos animadores sociopastorais das migrações realiza-se pela celebração do Dia Mundial do Migrante e Refugiado para a Igreja Católica, este ano a 15 de janeiro; na mensagem do Vaticano, a tónica é de atenção aos “menores migrantes”.
Eugénia Quaresma recorda que a estratégia para acolher refugiados começou a partir da sociedade civil, que manifestou a sua disponibilidade ao formar a PAR –Plataforma de Apoio aos Refugiados, em 2015.
A PAR, devido à burocracia, teve tempo para ajudar na organização e numa estratégia de acolhimento e “integração a 2 anos” que, a nível europeu, “é considerado uma das melhores práticas”.
“Algumas instituições foram desistindo” mas a plataforma tem pessoas preparadas para virem para Portugal, “inclusive por equipas portuguesas” que foram para a Grécia e para o Líbano.
“Pedimos às pessoas que se mobilizam novamente”, é o repto que Eugénia Quaresma, no Semanário ECCLESIA.
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