Refugiados: Coordenador de Plataforma portuguesa sublinha necessidade de projetar soluções a «longo prazo»

Santa Sé mobilizou autarcas europeus para acolhimento e integração destas populações

Lisboa, 13 dez 2016 (Ecclesia) – O coordenador da Plataforma de Acolhimento aos Refugiados participou num encontro promovido pelo Vaticano com a presença de responsáveis de 70 cidades europeias, dedicado ao tema do acolhimento de quem foge da sua terra, que considerou “francamente positivo”.

Rui Marques disse à Agência ECCLESIA que a iniciativa, intitulada 'Os refugiados são nossos irmãos e irmãs’, na Academia Pontifícia para as Ciências, “foi uma experiência muito rica”, a começar pela partilha do que de “muito extraordinário está a acontecer e a capacidade de resposta institucional”.

O evento, com a presença dos presidentes das Câmaras Municipais de Lisboa e da Batalha, entre outros, decorreu entre sexta-feira e sábado.

“Há autarquias que vão dando uma resposta extraordinária quer nas grandes cidades – Madrid, Barcelona, Roma, Paris, Berlim – ou pequenas cidades com seis mil habitantes”, exemplificou Rui Marques.

O segundo aspeto, para o entrevistado, é a “necessidade”, sublinhada “por todos os presentes”, de passar da “leitura de situação de emergência para gestão de longo prazo”.

“Não se coloca só emergência humanitária num determinado momento mas a questão dos refugiados quer de guerra, quer dos climáticos”, adiantou Rui Marques, sobre uma realidade que “precisa de ser estruturada” porque não é temporária.

O coordenador da Plataforma de Acolhimento aos Refugiados em Portugal explicou que a resposta estruturada passa pelas pessoas “serem acolhidas a partir dos países de trânsito mais próximos”, como por exemplo o Líbano ou a Jordânia, diretamente, num canal seguro.

“É preciso ter estratégia de acolhimento e integração holística, sistémica, integrada, de inclusão social”, sustentou.

No Vaticano foi ainda sublinhada a “defesa da unidade na diversidade”.

“As sociedades têm na diversidade a sua força e não qualquer ameaça”, acrescentou Rui Marques, destacando também a noção de que as comunidades locais “têm papel muito importante” no acolhimento e integração dos refugiados.

Durante o encontro ‘Os refugiados são nossos irmãos e irmãs’ falou-se também “com grande destaque” da urgência do fim da guerra na Síria, do combate ao tráfico humano e da “coresponsabilização solidária” de todos os países europeus.

Rui Marques elogia a iniciativa da Santa Sé e realça que o Papa Francisco tem sido “o expoente máximo da defesa da causa do acolhimento e proteção dos refugiados”.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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