Refugiados: Centenas de cristãos eritreus escravizados no Sudão e no Egito

Lisboa, 12 fev 2014 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) denunciou a escravidão de centenas de refugiados cristãos eritreus em campos de tortura no Sudão e no Egipto durante os últimos 10 anos.

A AIS cita um relatório da ‘Human Rights Whatch’, publicado esta semana e denominado “Eu queria deitar-me e morrer: o tráfico e a tortura de eritreus no Sudão e no Egipto”, que revela que “muitos destes refugiados passaram semanas e meses de violência extrema, física e psicológica, havendo diversos relatos de violações, mutilações, espancamentos e queimaduras”.

Estes refugiados foram escravizados por “traficantes que, na maior parte das vezes, agem em conluio com as autoridades locais”, sendo que muitos “exigiam o valor do resgate para acabarem com as torturas, mas, algumas vezes, mesmo depois de entregue esse dinheiro, os refugiados foram vendidos a outros grupos”.

“O relatório, de 79 páginas, tem dezenas de testemunhos da brutalidade com que estes refugiados têm sido tratados”, refere a nota disponível no portal da AIS.

Segundo a Human Rights Whatch, “mais de 200 mil eritreus, a maioria deles cristãos, fugiram da repressão e da miséria desde 2004”.

“Muitos caíram nas malhas dos traficantes, havendo relatos de pessoas que pagaram aos traficantes para sair do país e que “foram vendidas 4 e 5 vezes”, já noutros casos, “os eritreus foram simplesmente raptados para ser exigido depois um resgate pela sua libertação”, pode ler-se.

O Sudão e o Egito têm representado um verdadeiro calvário para estas pessoas que fogem da miséria e da violência e que vão parar às mãos de traficantes de seres humanos”, revela o comunicado na página da internet da AIS.

“Ao longo dos últimos três anos, o Sinai (no Egito) tem representado cada vez mais um beco sem saída composto de cativeiro, crueldade, tortura e morte”, sendo que “alguns destes refugiados são obrigados a trabalhar para os traficantes, como operários na construção civil ou empregadas domésticas”, revela o relatório da Humans Rights Whatch.

AIS/MD

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