Lisboa, 16 set 2015 (Ecclesia) – A Cáritas Europa entende que existem “muito boas soluções” para a crise dos refugiados e considera que a falta de acordo dos ministros europeus “prolonga o sofrimento desnecessário” das pessoas que fogem da guerra.
“Esta falha não só prolonga o sofrimento desnecessário entre as centenas de milhares de migrantes e requerentes de asilo bloqueados em diferentes fronteiras mas também coloca em perigo a própria essência da Europa como um projeto comum baseada na solidariedade, democracia e liberdade”, analisa a Cáritas Europa sobre a reunião dos ministros europeus do Interior e da Justiça.
Num artigo publicado na sua página na internet, o organismo católico que congrega 49 membros de 46 países revela estão “profundamente frustrados com a incapacidade dos decisores europeus” em encontrar uma solução para a atual crise de migração.
“Esta incapacidade mostra claramente que a Europa está definitivamente a perder a sua bússola”, escreve a Cáritas Europa, recordando que o Papa Francisco alertou a União Europeia para esta situação durante o seu discurso no Parlamento Europeu, em novembro de 2014.
A instituição está convencida de que existem “muitas boas soluções para esta crise” desde que haja vontade política e propõe uma abordagem em quatro vertentes.
Na Europa sugere a criação de vias seguras e legais, incluindo o “reconhecimento dos vistos humanitários e estatuto de refugiado em toda a União Europeia”, o reagrupamento familiar e programas de reinstalação “adaptadas às necessidades reais”.
Neste contexto, a Cáritas Europa aconselha políticas de integração “eficientes” que promovam a “inclusão social sustentável, entre outros através do trabalho e educação.
Para além das fronteiras do continente europeu, a organização católica apela que as condições de vida nos campos de refugiados “promovam um maior desenvolvimento humano” dos refugiados com “atividades escolares e infância; educação de adultos e reintegração no mercado de trabalho próximo”.
A segunda sugestão além-fronteiras é que se invista em “medidas diplomáticas e políticas” para acabar com a guerra e exista uma “paz sustentável” nos países afetados por conflitos.
CB