Refugiados: Bispo do Porto pede empenho no acolhimento aos que «lutam pela vida e pela paz»

«Hoje somos nós chamados a abrir as portas fechadas da Europa», diz D. António Francisco dos Santos

Porto, 26 ago 2015 (Ecclesia) – O bispo do Porto celebrou a festa deste ano em honra de São Bartolomeu, no concelho de Baião, recordando a situação dos milhares de refugiados que “procuram uma pátria, em terra de pão e de liberdade”.

Na homilia da solenidade, publicada hoje pelo serviço informativo da diocese, D. António Francisco dos Santos salientou que, diante deste desafio, “como em tantos outros”, é preciso que a sociedade portuguesa, e em concreto a comunidade católica, saiba “abrir as portas a quem a procura”.

“Hoje, somos nós chamados a abrir as portas fechadas da Europa. Não permitamos que o Mediterrâneo afogue como cruel Adamastor a alma e a esperança dos que lutam pela vida e pela paz. Não deixemos construir barreiras à liberdade de emigrar. Não ergamos muros onde devíamos construir pontes, abrir portas e aproximar pessoas”, exortou.

Ainda a este propósito, o prelado recordou a história de muitos “antepassados” portugueses que também “foram emigrantes em terras estrangeiras”.

“Muitos de nós não seriamos o que hoje somos sem esta aventura que levou os nossos pais e avós pelos caminhos da emigração noutros países e continentes”, apontou.

Quanto ao acolhimento e à integração dos refugiados que eventualmente batam à porta de Portugal e da diocese, D. António Francisco dos Santos sublinhou que não faltam no território “casas paroquiais ou pessoais devolutas e sem uso” nem “terras férteis por trabalhar”.

“Sejamos criativos e empreendedores para que as nossas casas, terras e empresas de onde tantos outrora saíram, despovoando o interior do nosso país, se transformem em casas que acolhem, em campos trabalhados e em empregos criados”, sustentou.

Durante a sua reflexão, o bispo do Porto chamou também a atenção para a responsabilidade da Igreja Católica ser sinal de “esperança” numa realidade “marcada por circunstâncias e acontecimentos” mais difíceis.

Uma conjuntura que deve levar a “mobilizar pessoas, grupos, movimentos apostólicos e comunidades para, em conjunto com a sociedade civil, construir com renovada esperança um mundo melhor”, incentivou o prelado.

JCP

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