Terez, Jina e Jizel, três mulheres cristãs vindas da Síria, estão a começar uma vida nova na Paróquia de Santa Isabel, em Lisboa
Lisboa, 30 set 2016 (Ecclesia) – A Paróquia de Santa Isabel acolheu este mês uma família cristã vinda da Síria – Terez, Jina e Jizel Aboud Al Aashi, avó, mãe e neta respetivamente – três mulheres que se tornaram refugiadas devido à guerra no seu país.
Num texto enviado hoje à Agência ECCLESIA, Leonor Cardoso, do Conselho Pastoral da Paróquia de Santa Isabel, adianta que estas três mulheres chegaram a Portugal depois de longos meses de indefinição, pois estavam “em fuga desde maio de 2015”.
“Uma avó e uma mãe em cujos rostos se percebe o peso da dor, a ansiedade, mas também muita esperança e uma gratidão sem medida. E uma criança de oito anos igual a todas as outras nas suas brincadeiras, com um sorriso enternecedor apesar do muito por que já passou na sua vida ainda curta”, realça aquela responsável.
Leonor Cardoso conta ainda que o primeiro contacto depois da chegada ao aeroporto em Lisboa foi feito em Fátima, onde decorria o Encontro da Pastoral Social.
“Não vou esquecer nunca a emoção que sentiram. Afinal, cristãs católicas que são, desde que souberam que viriam para Portugal alimentavam o sonho de ir a Fátima! E viveram esses dias intensamente”, salienta.
Terez, Jina e Jizel estão agora “já instaladas” numa nova casa e “a iniciar uma nova vida”.
A secretária do Conselho Pastoral da Paróquia de Santa Isabel destaca “três lutadoras” que mostram “uma enorme determinação para tudo aprender” e que voltaram finalmente “a sorrir”.
O projeto de acolhimento destas refugiadas surgiu depois de Portugal se ter associado ao plano de emergência promovido pela União Europeia e também, mais recentemente, do apelo feito pelo Papa Francisco.
Para “que cada paróquia, cada instituto religioso, cada mosteiro acolha uma família. Uma família, não uma pessoa”.
“Desde logo a nossa paróquia respondeu ‘Sim!’ a este desafio e começou a dar os passos necessários para poder acolher, com dignidade, uma família”, recorda Leonor Cardoso.
Primeiro foi escolhido um espaço, depois foram feitas algumas obras de remodelação, possíveis graças às “ofertas generosas” que surgiram do meio da comunidade.
As pessoas deram de tudo um pouco, desde “mobiliário a eletrodomésticos e artigos para a casa”.
“Ao acolher a Terez, a Jina e a Jizel, metemo-nos a caminho com elas. Elas são agora também o nosso caminho, um caminho que ganhou em humanidade e solidariedade”, frisa Leonor Cardoso.
JCP