Refugiados/Angola: Drama de 20 mil congoleses que chegam à região de Dundo lembrados em Fátima

A Diocese de Dundo mobilizou-se no acolhimento, num esforço partilhado com as Nações Unidas,

Fátima, 12 mai 2017 (Ecclesia) – O bispo da diocese angolana de Dundo, D. Estanislau Marques, está a acolher uma vaga de refugiados provocada pela situação de guerrilha que assola algumas regiões da República Democrática do Congo e em Fátima pede pela paz.

“Nas últimas semanas chegou muita gente, neste momento já se fala em mais de 20 mil refugiados que estão a ser acolhidos em quatro campos”, disse o bispo de Dundo em declarações à Agência ECCLESIA.

A Diocese de Dundo mobilizou-se neste acolhimento, num esforço partilhado com as Nações Unidas, mas D. Estanislau Marques lamenta a excessiva lentidão com que os apoios são prestados.

“O que fizemos foi apelar às paróquias do Dundo para que os cristãos mostrem a sua solidariedade com primeiros socorros, com alimentos, vestuário”, acrescentou o missionário do Verbo Divino.

O fluxo de refugiados não tem abrandado e levou a Diocese do Dundo a fazer um apelo a toda a Igreja em Angola.

“Agora pedimos à Cáritas Nacional uma campanha, que vai começar na próxima semana, para ver se recebemos também o apoio de outras dioceses”, desenvolveu.

Entre os refugiados estão três sacerdotes que viram as suas igrejas destruídas e D. Estanislau Marques refere que a Igreja Católica é uma das principais vítimas do conflito em curso na República Democrática do Congo.

O bispo angolano do Dundo mantém contactos com o bispo congolês da diocese de Luiza que lhe dá conta da destruição em curso: “De 48 paróquias, 26 foram saqueadas e muitos sacerdotes estavam em fuga com as suas comunidades para salvarem a vida.”

Para D. Estanislau, a perseguição à Igreja Católica prende-se com o facto de, no país vizinho do Congo, a Igreja ter assumido “uma atitude profética de denúncia de situações de injustiça social e política”

O bispo, que está em Fátima a participar no Centenário das Aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos, trouxe as preces do seu povo.

“Todos nos pedem, rezem por nós… e não esquecemos este drama da Igreja no Congo com este conflito que é pouco noticiado e que tem causado muito sofrimento à Igreja, é importante que o mundo saiba disso”, comentou.

D. Estanislau Marques destaca que a devoção mariana dos angolanos, que é muito antiga, ganha relevo no Santuário Nacional da Muxima.

A canonização de Francisco e Jacinta Marto, acrescenta, é uma oportunidade para lembrar as crianças, principalmente as que sofrem em Angola e no Congo.

“Espero e rezo para que esta ocasião seja uma oportunidade para as nossas crianças crescerem na tranquilidade e na paz”, concluiu.

HM/CB/PR

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Agência ECCLESIA

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