Referência da moral cristã “não é a cultura”, defende João Paulo II

A fonte de referência da moral cristã “não é a cultura do homem”, mas o “projecto de Deus”, defendeu João Paulo II, resumindo assim as suas posições nesta matéria. “Bem além de todos as efémeras mudanças culturais, há realidades essenciais que não mudam, mas que encontram seu fundamento último em Cristo, que é sempre o mesmo, ontem, hoje e nos séculos. A fonte de referência da moral cristã, portanto, não é a cultura do homem, mas o projecto de Deus na criação e na redenção”, referiu. A afirmação está inserida numa mensagem enviada através do Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, por ocasião do simpósio “A antropologia da teologia moral segundo a Encíclica Veritatis Splendor”. O encontro, que terminou na semana passada, realizou-se na comemoração do décimo aniversário da publicação desta encíclica. “O mistério da Encarnação do Filho de Deus ‘centro do cosmos e da história’, constitui o verdadeiro horizonte do ser e do actuar do homem. Às questões religiosas e morais da humanidade, Jesus Cristo não só dá uma resposta sábia, como Ele em pessoa se apresenta como resposta decisiva, porque no seu mistério de Verbo Encarnado o mistério da pessoa humana encontra a luz verdadeira”, disse o Papa na sua mensagem. “Hoje -enfatizou – parece cada vez mais árduo para os pastores da Igreja, para os estudiosos e mestres de moral cristã, acompanhar os fiéis na formulação de juízos segundo a verdade, em clima de contestação da verdade salvífica e de difundido relativismo perante as leis morais”. Diante desta realidade, o Papa chamou os participantes do simpósio a “aprofundar na essencial vinculação entre a verdade, o bem e a liberdade”. Esta relação, afirmou, “tem seu fundamento ontológico na Encarnação e encontra-se renovada e iluminada no evento histórico-salvífico da cruz de nosso Redentor”.

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