Nesta festa litúrgica da Conceição Imaculada da Virgem Maria, “somos chamados a meditar no mistério da redenção como drama da humanidade” – afirmou D. José Policarpo, na homilia da Solenidade da Imaculada Conceição, dia 8 de Dezembro, na Sé de Lisboa. Criados à imagem de Deus, “para partilharem, como filhos, a intimidade do próprio Deus, o homem e a mulher afastam-se desse ideal”, atraídos pela miragem de modelos de felicidade mais fácil e mais imediata”. Na meditação sobre o drama da redenção, “contemplamos o papel da mulher nesse drama, afirmando a primazia que nele ocupa, aquela qualidade de matriz da vida, com que a define o texto da criação”. O pecado dos “nossos primeiros pais”, sendo a primeira expressão do drama humano, “constitui a grande humilhação da mulher”. Por isso ela ficará, para sempre, “no centro do drama humano, para o sofrer e para o resolver” – afirmou D. José Policarpo. O facto de a mulher ser a “matriz da vida”, está no “centro do drama humano e da sua solução”, por isso “todos os homens e mulheres descendentes de Adão e Eva e redimidos em Jesus Cristo; todos são a descendência destas duas mulheres, o fruto do seu ventre”. A redenção “não anula o drama, antes é ela mesma um drama, uma luta entre o pecado e a graça, na esperança da vitória final da vida” – acentua. E nessa luta dramática a vitória não acontece “pela destruição da humanidade, mas pela redenção da humanidade”. A Maria foi dito: “Uma espada de dor te trespassará o coração”. Uma frase que anuncia “o sofrimento assumido e amado, de todas as mães, de todas as mulheres, que continuam a merecer na sua dor oferecida a redenção da humanidade” – realça o Patriarca de Lisboa.