Recuperar fachada dos Congregados em Braga

Pelo Movimento Cívico «Mais Congregados» MaisCongregados. Assim se chama o movimento cívico criado para limpar e recuperar a fachada da Basílica dos Congregados. O objectivo é sensibilizar e envolver a comunidade bracarense, pessoas a título individual e empresas, na recuperação de um templo que faz parte da história da cidade. Para recuperar a fachada da basílica, o movimento MaisCongregados, apresentado ontem, precisa angariar 285 mil euros. Em troca dos apoios financeiros, será colocada na fachada da igreja uma faixa publicitária de grandes dimensões. A ideia é fazer avançar a obra em Março de 2007 e concluí-la em Fevereiro do ano seguinte. Na cerimónia de apresentação do movimento, que incluiu a assinatura de dois protocolos entre a Irmandade dos Congregados, a Câmara de Braga e a Associação JovemCoop, o juiz da Irmandade, João de Sousa, explicou que a criação do movimento cívico foi a forma encontrada para concretizar um projecto antigo que, por várias vezes, tentou o recurso a subsídios mas sem resultados práticos. Uma ideia reiterada por Ricardo Silva da JovemCoop. «Os projectos de recuperação do património enfrentam sempre grandes obstáculos, nomeadamente financeiros», disse. O responsável da JovemCoop sublinhou que o movimento, coordenado pela Irmandade dos Congregados, pretende apelar à responsabilidade social, «despertar e cativar as pessoas e as organizações para o cumprimento de um objectivo que é de todos». «Apesar de ser gerido pela Irmandade, a basílica faz parte da cidade e a sua recuperação será uma mais-valia», notou. Ricardo Silva destacou a importância da recuperação da fachada que se encontra em elevado estado de degradação muito por culpa dos pombos, cujos excrementos são lesivos para o granito. Depois da criação do movimento MaisCongregados, o projecto passa à fase de angariação de parceiros e dos necessários contributos financeiros. Além de um sítio na internet – www.maiscongregados.com -, de um blogue e da colocação da lona publicitária, mencionando as empresas e os privados que apoiam as obras, o MaisCongregados pretende realizar visitas guiadas durante o período de realização dos trabalhos, promover workshops, distribuir uma newsletter e criar um painel informativo que será colocado nas imediações da igreja. Quando a intervenção estiver concluída, está prevista a realização de um seminário temático. Até Janeiro de 2007, o movimento espera ter concluída a fase de angariação de patrocínios. Segundo Ricardo Silva, Fevereiro será o mês de todas as decisões. «É nessa altura que será feito o ponto da situação do projecto, a avaliação e a decisão de avançar ou não com a obra», frisou. Em caso afirmativo, o primeiro passo consistirá no mapeamento e análise das patologias. «Esta é uma grande lição que se pode dar à sociedade. É preciso pôr a imaginação a trabalhar e não optar pelo caminho mais fácil», salientou Mesquita Machado. O autarca sublinhou ainda a abordagem que o movimento adoptou em relação ao município. «Não pediram um tostão. Pediram apoio e algumas isenções que lhes daremos em termos de taxas e das licenças que forem necessárias», explicou. Mesquita Machado aproveitou para pedir à população para não dar de comer aos pombos que, segundo afirmou, são «agentes destruidores do património». O edil referiu que existem «problemas gravíssimos» nos edifícios municipais, concretamente no Pópulo. Segundo explicou, os excrementos destes animais são ácidos e corroem a pedra. «Eu sou amigo dos animais. Mas os pombos sabem procurar o seu próprio alimento», disse. O Arcebispo Primaz acredita que a comunidade bracarense dará resposta afirmativa ao desafio lançado pelo movimento MaisCongregados. «O milagre está nas mãos de todos», referiu D. Jorge Ortiga, salientando que todos devem dar o seu contributo para a preservação do património. D. Jorge Ortiga, que foi reitor dos Congregados durante 14 anos, lembrou a construção da basílica pelos monges oratorianos que, por falta de verbas, não conseguiram construir a segunda torre nem o mosteiro. «Houve um mecenas, o comendador Nogueira da Silva, que encarou o dever e a responsabilidade de dar dignidade ao templo e financiou a construção da torre que faltava», recordou. Agora, os bracarenses são convidados a seguir o exemplo de Nogueira da Silva. «É preciso envolver pessoas e instituições, mas acredito que em Março se iniciarão as obras para benefício de Braga e do país», afirmou o arcebispo.

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