Companhia «Seiva Trupe» tem em cena uma peça sobre D. António Ferreira Gomes. A Comissão Científica do Congresso Internacional “Ser cristão na sociedade, aqui e no futuro” ao escolher este tema pretendeu sublinhar “que o cristão não o é só na igreja” mas “também na sociedade”. “Isto implica um compromisso político e um projecto para o país e para Europa” – disse à Agência ECCLESIA D. Carlos Azevedo, da comissão científica deste congresso sobre D. António Ferreira Gomes. Na medida em que tinha de orientar e “olhar para os pobres” e tentar “encontrar a causa dos seus males”, D. António Ferreira Gomes “estava a ter uma intervenção política” – relatou. Ele assumiu esta missão com “toda a dignidade e consequências sem temer o que pudesse advir como represália ou não compreensão”. Começou o seu múnus episcopal em Portalegre (1948-52) e naquelas terras alentejanas denunciou alguns males que grassavam no seu território eclesial. Passados cinquenta anos, D. António Ferreira Gomes ainda não saiu da memória daquele povo apesar “de existirem poucos contemporâneos do seu exercício”. Com apenas uma presença diocesana no congresso, D. Carlos Azevedo sublinha que muitas vezes “na Igreja a memória é curta”. A companhia «Seiva Trupe» levou a palco uma peça sobre D. António Ferreira Gomes. O «famoso bispo do Porto» escreveu mesmo uma peça de teatro – «Herói Santo» – sobre a vida do Beato Nuno de quem “ele era devoto” – revela D. Carlos Azevedo. Esta companhia “está atenta às problemáticas sociais” e tem produzido espectáculos que “captam as realidades da cidade e do Norte”. Enquadrada nesse projecto “não temeu colocar em cena uma peça sobre a vida de um bispo”. Tratada de “modo sério” mas “muitas vezes faz-nos rir” – apurou. Através do lúdico, a peça mostra aspectos da vida de D. António. “Uma recolha muito interessante visto que ouviram muitas pessoas”. Com funções didácticas e através da cultura, o «Seiva Trupe» mostra “lições dos «nossos maiores» usando expressões de D. António” – finaliza.