Alerta da Cáritas A Confederação Internacional da Cáritas pede à comunidade internacional que não esqueça a tragédia do sudeste asiático “no momento em que todos os mortos forem contados”. “Devemos permanecer muito tempo nesta região, para colaborar na reconstrução dos países atingidos, com projectos a longo prazo”, disse a porta-voz do organismo católico para a assistência e a solidariedade. Até ao momento, mais de 52 milhões de dólares estão a ser empregues pela rede da Cáritas, que engloba mais de 200 países, na distribuição de água, comida, roupa, medicamentos e assistência médica, apoio psicológico e material de higiene. A “Caritas Internationalis” tem vindo a intensificar os seus esforços para auxiliar as populações mais atingidas. O organismo começou já a lançar projectos a longo prazo, que englobam a reconstrução de casas, programas de emprego e financiamento às famílias afectadas. Na Tailândia, onde morreram mais de 5 mil pessoas, a Cáritas elaborou um plano de intervenção para a assistência e a reabilitação das zonas atingidas pelo maremoto, num total de 500 mil Euros. O plano prevê a reconstrução de casas, o apoio a mais de 3 mil pessoas entre as mais pobres ao logo dos próximos três meses e a mil pessoas particularmente vulneráveis ao longo do próximo ano. A maior parte dos beneficiários serão pescadores pobres. Na Indonésia, o país mais duramente atingido, a acção concentra-se no transporte e distribuição das ajudas, em coordenação com os grupos de voluntários locais, sobretudo na costa ocidental de Aceh e em Banda Aceh. A Cáritas Sri Lanka tem feito chegar material escolar e montou um serviço psicológico específico para as crianças envolvidas na tragédia. O organismo organiza também a distribuição de alimentos para 35 mil famílias, além de colaborar na construção de abrigos, à espera da construção de novas casas. No Sri Lanka registam-se 30.882 mortos, enquanto 5.903 pessoas estão dadas como desaparecidas. O número de desalojadas estabilizou no meio milhão. Mariska Smolders, porta-voz da Cáritas no Sri Lanka, revela ainda que os campos de refugiados na região afectada pelo tsunami se estão a esvaziar: “as pessoas estão a ficar com os seus familiares ou a regressar às suas casas, parcialmente destruídas”. Apenas os mais vulneráveis, que perderam a sua família e as suas posses, permanecem nos locais.
