Desemprego, baixos níveis de qualificação e remuneração abaixo da média condicionam vida das famílias nesta região A Rede Europeia Anti-Pobreza de Portugal (REAPN) apresenta hoje, 18 de Junho, um estudo que analisa as situações de desemprego e de emprego de baixa qualidade na região do Tâmega. Os dados revelados mostram que há mais de 20 mil desempregados na região do, entre os quais 70% são mulheres. O desemprego afecta sobretudo os concelhos de Amarante, Baião e Marco de Canavezes. A região do Tâmega é prejudicada pela precarização do emprego e o aumento do endividamento das famílias, num meio rural, mas aberto a “consumos urbanos”. O estudo, intitulado “Nas Margens do Tâmega – Mercado de Trabalho, Pobreza e Exclusão: Interacções e intervenções”, incidiu sobre os concelhos de Amarante, Baião, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paredes, Paços de Ferreira e Penafiel. Segundo comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o estudo revela que “em diversos concelhos prevalecem os baixos níveis de qualificação dos activos empregados” e que o ganho médio dos trabalhadores por conta de outrem é “bastante desfavorável, em comparação com outros da Região Norte”, o que condiciona fortemente o endividamento das famílias. A REAPN defende que “esta situação vem confirmar que o acesso ao emprego, mesmo que estável, não constitui forçosamente uma garantia contra as situações de fragilidade face à exclusão social e à pobreza”. Os dados são apresentados no seminário “O impacto do desemprego na pobreza e exlusão social no Porto-Tâmega – pistas de acção estratégica”, a decorrer no Auditório da Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, Porto. Este evento insere-se no âmbito do Projecto “O impacto do (des)emprego na Pobreza e Exclusão Social no Porto-Tâmega: pistas de acção estratégica” e tem como principal objectivo apresentar os resultados do estudo desenvolvido sobre esta temática, assim como promover a reflexão sobre acções estratégicas a implementar nesta área territorial. Segundo o estudo hoje apresentado, a região do Tâmega sofre “um aumento de situações de pobreza, sobretudo de ‘novos pobres’, onde o consumo naturalizado e intergeracional de álcool e permeabilidade a modalidades de consumo de substâncias psicoactivas são crescentes”. A Rede Europeia Anti Pobreza / Portugal – REAPN representa em Portugal a European Anti Poverty Network (EAPN), desde a sua fundação, em 1990. A REAPN, Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD), procura promover acções que aumentem a eficácia dos programas de luta contra a pobreza e a exclusão social e incentivar acções inovadoras neste campo.