Reacções à carta do Papa

A carta que Bento XVI dirigiu ao clero e aos católicos da China, no passado mês de Maio, está ainda a despoletar reacções e reflexões dos dois lados – no Vaticano e na China. O Arcebispo de Tai Pei, Taiwan, D. Joseph Cheng, afirmou que a carta que o Papa escreveu aos católicos na China não pode ser lida de forma política. Para acompanhar a leitura e a reflexão da carta de Bento XVI, o Arcebispo de Tai Pei escreveu uma “Carta ao Povo de Deus da Região de Taiwan”. Na missiva, D. Cheng afirma que o Papa, na sua carta, defendeu os princípios da fé católica afirmando que a liberdade religiosa só traz progresso e harmonia ao país e que a Igreja particular de Taiwan deve considerar a missiva como uma grande oportunidade de reflexão. O Arcebispo conclui a sua missiva formulando o desejo de “que todos possam acreditar profundamente, com esperança e esforço, que todo o cristão se deixe guiar pela própria fé e que deve viver a relação com Deus com coragem, de forma positiva e frutífera para a evangelização da Igreja”. Na altura da divulgação da carta, o governo chinês apelou ao Vaticano para adoptar uma “atitude realista” e a não criar “novos obstáculos” ao desenvolvimento das relações bilaterais depois do Papa ter rejeitado a ideia de uma Igreja submissa às autoridades chinesas. Este apelo foi publicado no sítio da internet no ministério chinês. O Vaticano não registou nenhuma reacção oficial do Governo chinês acerca do carta, mas o Secretário de Estado do Vaticano, o Cardeal Tarcisio Bertone afirmou recentemente que a reacção recebida da China “tem sido positiva desde os fiéis aos bispos”. “Das instituições chinesas não tivemos ainda sinais precisos e estamos à espera. Estamos num momento de profunda reflexão”. O Secretário de Estado do Vaticano afirmou ainda que a carta tem um significado “de confiança no povo chinês e nos seus governantes, para que reconsiderem a atitude frente à Igreja Católica, que deseja colaborar para o bem do povo chinês”. A carta de 55 páginas, tornada pública no final do mês de Junho em chinês e noutras línguas, tem levado “a uma extraordinária meditação e reflexão, especialmente na internet, pelas comunidades patriótica e clandestina”, afirmou o Cardeal Tarcisio Bertone. A carta do Papa pedia uma cooperação entre as comunidades católicas que estão oficialmente registadas no governo e as comunidades que desde 1950 continuam clandestinas, altura em que o governo chinês começou a fechar as igrejas. A missiva de Bento XVI criticava os limites impostos pelo governo chinês às actividades eclesiais e apelava às autoridades civis a disponibilizarem-se para um diálogo aberto sobre variadas questões, incluindo a nomeação dos bispos. Com agências

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