Jornalista da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre destaca violência que atinge comunidade cristã
Lisboa, 01 fev 2023 (Ecclesia) – O jornalista Paulo Aido espera que a visita do Papa Francisco à República Democrática do Congo (RDC), que decorre a até sexta-feira, possa “iluminar o mundo” para a realidade “violenta” que se vive naquele país africano.
“É uma realidade obscura porque não se fala muito dos ataques, mas eles são frequentes e atingem em particular a comunidade cristã”, disse à Agência ECCLESIA o elemento do secretariado português da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
A liberdade religiosa acaba por ser vítima da instabilidade política neste país africano, especialmente na zona leste com um conflito quase silenciado.
“A 15 de janeiro houve um ataque bombista na região leste do país contra uma Igreja Protestante, mas uma Igreja Cristã”, frisou Paulo Aido.
O Papa Francisco que chegou à RDC esta terça-feira, alertou na sua primeira intervenção para o que chamou de “genocídio” esquecido no país africano.
A violência é praticada por “grupos armados e grupos terroristas” que procuram “capitalizar a enorme riqueza que se esconde no subsolo da região leste, remetendo as populações para uma enorme pobreza”, sublinhou o jornalista, em entrevista emitida hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).
Paulo Aido assinala que estes grupos pretendem “expulsar as populações” para “tomarem conta dessas riquezas”, mas também “há países interessados e cúmplices nestes atos bárbaros”.
A fundação pontifícia AIS tem no terreno alguns projetos de auxílio à população congolesa.
O número de cristãos tem aumentado naquele país africano e os missionários presentes têm sido “a voz das populações indefesas”.
O jornalista considera que, sem presença da Igreja Católica na RDC, tal como em muitos países daquele continente, “as populações ficariam sem nenhuma voz ativa que denunciasse ao mundo os atropelos dos direitos humanos”.
A Igreja, acrescenta, tem sido o suporte das populações, tanto na vertente social como na vertente espiritual, todavia “há muitos grupos terroristas que têm como alvo a presença cristã, pretender erradicar os cristãos”.
“Ser cristão e ser seminarista significa ter uma dose de coragem muito grande”, declarou Paulo Aido.
HM/LFS/OC
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