Ramos Horta confia na Igreja para promover a reconciliação em Timor

O Primeiro-ministro timorense, Ramos Horta, revelou hoje que conta com a contribuição da Igreja Católica para promover a reconciliação em Timor Leste, no âmbito da crise político-militar que afecta o país, sobretudo no seio da Polícia Nacional. Ramos Horta, que falava no final das visitas que fez durante a manhã ao Quartel-General da Polícia Nacional, em Díli, e ao Centro de Instrução das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), em Metinaro, 40 quilómetros a leste da capital, reconheceu que “não vai ser fácil” fazer a reconciliação. “As feridas são profundas, frescas. São feridas reabertas neste último conflito e dos conflitos passados. Nas F-FDTL não há um grande problema de clivagem, mas dentro da Polícia Nacional os problemas são profundos”, disse. Para trabalhar na reconciliação, no seio das duas instituições, e entre estas e a sociedade timorense, “para recuperar a credibilidade e prestígio”, Ramos Horta avançou uma proposta que envolve a hierarquia da Igreja Católica. “O Presidente [Xanana Gusmão] tem em mente a constituição de uma Comissão Nacional de Diálogo. Já abordámos esta ideia com os dois Bispos [D. Alberto Ricardo da Silva, de Díli, e D. Basílio dos Nascimento, de Baucau], que, aliás, vão ter um papel de liderança neste processo de diálogo”, explicou. O processo, que envolve ainda as autoridades tradicionais e a sociedade civil, visa “encontrar soluções”. Redacção/Lusa

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Agência ECCLESIA

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